BH apresenta deflação de 0,24% em setembro

Embora índice tenha caído no mês, ele acumulou alta de 4,42% no ano

O custo de vida em Belo Horizonte, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma leve queda de 0,24% em setembro. Embora a inflação tenha caído no mês, ela acumulou alta de 4,42% no ano. Já nos últimos 12 meses, o IPCA está em 7,39%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).

De acordo com o Ipead, dentre os 11 itens agregados que compõem o IPCA, o destaque, em termos de variação, foi a retração de 3,10% para alimentos de elaboração primária no grupo alimentação na residência. Em seguida, a queda de 2,13% para transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU no grupo de produtos administrados.

No sentido oposto, o levantamento destacou as altas de 5,34% para alimentos in natura e 4,71% para bebidas em bares e restaurantes, em alimentação na residência e fora da residência, respectivamente. Além disso, houve aumento de 1,48% para encargos e manutenção (habitação) e 1,09% para alimentação em restaurantes, em alimentação fora da residência.

“O resultado foi puxado, principalmente, pela retração de preços da gasolina comum de 7,39%, itens por excursões que também caiu 6,81% nesse mesmo período. Em terceiro lugar o leite, que depois de um bom tempo apresentando altas expressivas, na inflação ele apresentou uma queda de 12,72%”, destacou o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes. 

Segundo ele, essa foi a terceira deflação seguida apurada na Capital, sendo que agosto foi a maior queda apurada desde o início do Plano Real.

Confiança do consumidor

Desenvolvido pelo Ipead, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) atingiu, no mês de setembro, 38,74 pontos. A elevação foi de 1,97% se comparado a agosto. No ano, o ICC chegou a 11,09%. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é um pouco menor, 9,75%.

“O índice aumentou novamente nesse período chegando ao índice pré-pandemia e melhorando bastante a percepção da população enquanto consumidor. Mas, ainda, a população de Belo Horizonte é considerada pessimista. Desde 2013, o índice está abaixo dos 50 pontos – que é o limite que a gente traçou entre o otimismo e o pessimismo. Mas um alento é que o desempenho vem melhorando já há bastante tempo, desde que a pandemia deu essa arrefecida e a economia voltou a funcionar de uma maneira mais pujante e constante”, disse Antunes.

O ICC é composto por dois grupos, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) e o Índice de Expectativa Financeira (IEF). O IEE apresentou alta de 1,40% em comparação com o valor do mês anterior. A percepção dos consumidores sobre o item inflação aumentou 7,52% e puxou o resultado. Já o IEF subiu 2,33%, puxado pelo item situação financeira da família em relação ao ano passado, que aumentou 6,30%.

Cesta básica

Após quatro meses de retração consecutiva, o preço da cesta básica aumentou em setembro. O valor chegou a R$ 678,08, alta de 1,64% em relação a agosto. No acumulado dos nove primeiros meses do ano houve uma valorização de 11,38%. Já nos últimos 12 meses, o preço aumentou 15,24%. A relação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo ficou em 55,95%. 

“A cesta básica estava vindo de quatro quedas consecutivas e agora nesse mês de setembro ela voltou a subir. É uma cesta que tem os produtos alimentícios que ficam no cabo de força todo mês e nesse o cabo de força tendeu para uma alta. Os principais responsáveis foram a banana caturra com alta de mais de 19%, o tomate uma alta de quase 8% e a batata-inglesa com mais de 12%”, ressaltou o gerente de Pesquisas do Ipead.

Intenção de compras para o Dia das Crianças

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) também fez um levantamento sobre a pretensão de compras para o Dia das Crianças.

Conforme a pesquisa do Ipead, 44,29% dos entrevistados pretendem presentear alguma criança no próximo dia 12 de outubro. O percentual é inferior ao apurado em 2021 (52,86%). Apesar de apresentar retração na intenção de consumo, a previsão de gasto médio por presente em 2022 é de R$ 55,14, aumento de 0,73% em relação ao exercício anterior. 

O gerente de Pesquisa do Ipead explica que a percepção é de que 2021 foi um ano atípico e o período pandêmico pode ter feito com que os pais quisessem recompensar as crianças. Já neste ano, a intenção de compra voltou ao patamar médio dos anos anteriores. 

Para Antunes, a elevação dos preços dos produtos em relação ao ano passado pode ser a explicação para a estimativa de alta no tíquete médio. “Apesar da inflação no momento está controlada, os preços dos produtos subiram bastante em relação ao ano passado e isso pode explicar esse pequeno e quase inexpressivo aumento de valor em relação ao ticket médio que a gente viu em 2021.”

Fonte: Diário do Comércio – Publicado por Thyago Henrique em 06/10/2022.

Posted in Cesta Básica, ICC - BH, IPC, Pretensão de Compra and tagged .

Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD

View posts by Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD

Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD - ipead@ipead.face.ufmg.br