Com o novo valor, de acordo com o Ipead, adquirir uma cesta básica compromete um valor menor do salário dos trabalhadores da capital
O preço da cesta básica avançou 0,84% em janeiro em Belo Horizonte, sob impacto direto da disparada nos preços do café e do tomate. Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG mostrou que o valor chegou a R$ 754,34 no primeiro mês do ano. Em dezembro, o levantamento indicava um custo de R$ 748,05.
Com o novo valor, de acordo com o Ipead, adquirir uma cesta básica compromete um valor menor do salário dos trabalhadores da capital. Em dezembro, o percentual estava acima de 52%. No entanto, em janeiro, o valor caiu para 49,69%. O economista do Ipead, Diogo Santos, atribui a melhora ao reajuste de 7,51% sobre o valor do salário mínimo neste ano.
“Isso mostra como é importante o reajuste real do salário mínimo, porque a cesta básica voltou a custar menos da metade do salário. Certamente isso ainda vai evoluir ao longo do ano, a cesta básica terá novos aumentos e vai passar a custar mais que o salário mínimo, mas neste momento a população voltou a ter um ganho um pouco maior”, detalhou.
Em janeiro, o tomate foi o item da cesta que mais subiu de preço na capital, com avanço de 35,65%. O café, por sua vez, teve uma alta de 16,84%. Nos dois casos, a justificativa está relacionada às questões climáticas. Enquanto o tomate passa por sazonalidade em função das chuvas na reta final do ano passado, o café ainda sente os efeitos da estiagem prolongada em 2023 e 2024, não só no Brasil, mas também no Vietnã.
Nos últimos doze meses, o preço do café saltou 81% e a perspectiva é que o valor siga crescendo nos próximos meses, de acordo com Diogo Santos. De positivo no preço da cesta básica, segundo o Ipead, foram as quedas de 15,41% no preço da banana caturra, 6,03% para o óleo de soja e de 2,82% sobre a chã de dentro.
Fonte: Jornal O Tempo – caderno de Economia – Publicado em 06/02/2025 – Reportagem Simon Nascimento.