Inflação em Belo Horizonte sobe por conta da alimentação

Alimentação fora de casa ajudou o IPCA em Belo Horizonte a registrar novo aumento, de acordo com a Fundação Ipead

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Inflação em outubro está relacionada à alta no preço médio dos itens refeição fora de casa (1,82%) e automóvel novo (1,65%) | Crédito: Alexandre Macieira

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação em Belo Horizonte teve um aumento de 0,58% na terceira quadrissemana de outubro, afetado principalmente pela alimentação, segundo levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). Na medição anterior, a inflação foi de 0,76%, portanto, há uma desaceleração no crescimento dos preços na capital mineira.

No decorrer deste ano, o IPCA da capital mineira registrou um aumento acumulado de 5,67%, enquanto nos últimos 12 meses a alta atingiu 6,84%.

O aumento da inflação no decorrer de outubro está relacionada à alta no preço médio dos itens refeição fora de casa (1,82%) e automóvel novo (1,65%).

O grupo alimentação, como um todo, apresentou alta de 1,65%. É a quarta medição consecutiva que o grupo apresenta variação positiva. O aumento se explica pelo subgrupo “alimentação na residência” que registrou alta de 2,35% na comparação com o mês anterior. A principal contribuição para essa subida provém dos componentes “alimentos em elaboração primária” e “alimentos in natura”, que experimentaram aumentos significativos de 2,90% e 2,40%, respectivamente.

O único item do grupo alimentação que registrou queda na terceira quadrissemana de outubro foi o “bebidas em bares e restaurantes”, que compõe o grupo alimentação fora da residência, com um decréscimo de 2,03%. Todos os outros itens variaram positivamente.

Para o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, o que foi observado é que a trajetória da inflação do grupo alimentação, que chegou a ser até negativa, começou a mudar. “O grupo vinha apresentando queda nos dois meses anteriores até meados de setembro. Isso foi na mesma fase na redução dos preços de combustíveis. Mas do final de setembro pra cá, a inflação dos alimentos mudou de trajetória e voltou a subir. Essa medição é uma tendência ao longo do último mês, principalmente na alimentação da residência”, disse.

O economista explicou que o custo dos combustíveis vive uma fase de maior pressão inflacionária, tanto no mercado externo quanto interno, o que dificulta novas reduções de preços pela Petrobras neste momento.

Inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos aumentou 0,65%

No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos, experimentou alta de 0,65%.

Na comparação com o último levantamento da Fundação Ipead, há 30 dias, o IPCR de BH desacelerou o ritmo de alta, passando de uma variação positiva de 0,86% para os atuais 0,65%. No ano de 2023, o IPCR acumulou um crescimento de 4,68%, com um aumento nos últimos doze meses de 6,05%.

Diogo Santos comenta que os dois índices – IPCA e IPCR – geralmente se movimentam em conjunto, com variações nas intensidades a depender dos itens. No caso do IPCR, a alimentação tem um efeito maior. “Quando o custo da alimentação sobe bastante, tem um peso maior no IPCR, porque a alimentação tem um peso maior no orçamento dessas famílias. Por isso a desaceleração do IPCR é um pouquinho menor do que o IPCA”, afirmou.

Desaceleração

Ele esclarece que a categoria “produtos administrados”, composto por transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU, tem feito a inflação desacelerar. Esse subgrupo começou a apresentar queda, além do componente “saúde e cuidados pessoais”, também do grupo “produtos não alimentares”, onde os preços não apresentaram queda, mas cresceram muito pouco.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 26/10/2023 – reportagem Marco Aurélio Neves. 

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