BH: Contrafilé fica 13,2% mais barato e é carne bovina com maior queda

Quilo do contrafilé passou de R$ 46,66 para R$ 40,52 entre janeiro e setembro de 2023. Alcatra (12,8%), patinho (11,8%) e acém moída (9,6%) também tiveram queda

açougue em BH
BH teve queda no preço médio de todas as carnes bovinas, aponta pesquisa da Fundação Ipead

O contrafilé foi a carne bovina com maior redução de preço no ano até agora em Belo Horizonte, com queda de 13,2%, segundo levantamento feito pela Fundação Ipead, instituto de pesquisas econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo, divulgado nesta sexta-feira (22/9), indica queda em todos os cortes de carne e derivados que compõem o IPCA, indicador oficial da inflação.

O quilo da peça de contrafilé passou de R$ 46,66 para R$ 40,52 entre janeiro e setembro de 2023. Os cortes da carne bovina, em geral, tiveram uma redução no acumulado até a primeira quinzena de setembro. Os maiores recuos, depois do contrafilé, foram a alcatra (12,8%), patinho (11,8%) e acém moída (9,6%). O filé mignon, corte com maior preço médio, caiu apenas 4,40%, passando de R$ 61,43 para R$ 58,70.

Outros tipos de proteína animal também sofreram redução no preço médio. O corte com maior queda no ano foi o peito de frango, saindo de R$ 19,10 para R$ 15,40, redução de 19,37%. Em compensação, a peça apresentou um aumento de 2,4% no preço médio na comparação entre a segunda quinzena de setembro e o mesmo período de agosto. Todos os cortes bovinos apresentaram queda na comparação mensal.

No segmento de aves, o valor da coxa e da sobrecoxa também supera a queda de preço dos cortes bovinos e ficaram 18,4% mais em conta no ano. Porém, houve alta de 1,5% neste mês. O maior aumento no mês foi do frango inteiro (3,7%). O preço do quilo, no entanto, passou de R$ 12,47 no início do ano para R$ 10,77 em setembro, uma queda de 13,6%.

As carnes de porco tiveram queda menor no acumulado dos primeiros nove meses do ano. O preço do pernil suíno caiu 5,2%, enquanto o lombo reduziu 4,8%. Curiosamente, a linguiça, que tem como insumo básico a carne suína, está mais cara, sendo encontrada por R$ 21,10, uma alta de 1,8% no mês de setembro e uma queda pouco expressiva no ano (2,7%).

Alívio no bolso do consumidor

A redução no preço já chegou no bolso do consumidor. O engenheiro civil Wilson Trindade compra carne toda semana para ele e a esposa. A preferência do casal é por cortes mais nobres, como o filé e o contrafilé. Nesta sexta-feira (22/9), ele foi, como de costume, a um açougue no Centro de BH e se surpreendeu positivamente com os novos valores. “Não é um valor que pesa no nosso bolso, porque somos só duas pessoas lá em casa. Mas fiquei feliz em pagar menos. É sempre bom economizar”, celebra.

A boa safra de grãos como soja e milho, usados na alimentação de frangos e suínos, favoreceu a queda de preços. Segundo a Fundação Ipead, a diminuição dos valores também está relacionada a uma maior oferta de carnes no mercado interno. “A oferta cresceu, mas a demanda continuou a mesma”, disse Diogo Santos, economista da Fundação Ipead.

A perspectiva é de que os preços sigam a tendência de queda nos próximos meses. “Deve manter o ritmo forte de queda visto nos últimos meses”, completa. Ele também ressalta que a queda no preços das carnes também contribui para a desaceleração da inflação. “As carnes compõem o custo de alimentação das famílias. Esse é um dos elementos que tem ajudado o índice a manter uma trajetória mais controlada”, analisa o economista.

Veja os cortes de carne com maiores quedas de preço médio em BH:
  • Peito de frango: 19,37%
  • Coxa e sobrecoxa: 18,44%
  • Frango inteiro: 13,63%
  • Contra filé: 13,16%
  • Alcatra: 12,77%
  • Patinho: 11,80%
  • Asa congelada: 10,91%
Preços médios dos cortes bovinos em BH (janeiro e setembro):
  • Músculo: R$ 30,17 /R$ 27,41
  • Acém moído: R$ 31,19 /R$ 28,19
  • Patinho: R$ 38,74 /R$ 34,17
  • Chão de dentro: R$ 39,30 /R$ 35,67
  • Alcatra: R$ 45,42 /R$ 39,62
  • Contrafilé: R$ 46,66 /R$ 40,52
  • Filé mignon: R$ 61,43/ R$ 58,70

Fonte: Jornal Estado de Minas – Publicado em 22/09/2023 por Silvia Pires – caderno de Economia.

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