Confiança do consumidor cai 3,45% em maio na capital mineira

Redução do otimismo foi causada pela piora na percepção da população em todos os componentes do índice

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O indicador volta a estar abaixo de 40 pontos pela primeira vez desde setembro de 2022 | Crédito: Alessandro Carvalho / Diário do Comércio

A confiança do consumidor na capital mineira apresentou recuo de 3,45% em maio frente ao mês anterior. O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) fechou o mês com 39,31 pontos.

Essa queda frente a abril foi motivada pela piora na percepção da população em todos os componentes do índice. Com isso, o indicador volta a estar abaixo de 40 pontos pela primeira vez desde setembro de 2022, quando o índice marcou 38,74 pontos.

No acumulado de 2023, o ICC-BH registrou uma redução de 10,22%, enquanto nos últimos 12 meses o índice acumula alta de 14,42%.

Percepção da população

Entre os componentes do indicador, o principal causador desse recuo do ICC-BH foi a percepção sobre a situação econômica do País, que caiu 11,27% em comparação a abril. O componente fechou o mês com 30 pontos.

O consultor do Ipead Diogo Santos explica que existem muitos fatores que podem justificar essa queda na percepção da população em relação à Situação Econômica do País, como o ambiente de incerteza no cenário econômico brasileiro.

“O cenário econômico ainda não está tão claro, se vamos ter um novo momento de crescimento do emprego e da renda. Então isso, somado a uma situação em que as famílias já estão com alto endividamento, certamente contribui para a piora na percepção da população”, conclui.

Além disso, o consultor lembra do reajuste das tarifas de ônibus na Capital, que também pode ser apontado como um dos causadores desse pessimismo entre os consumidores.

Já a percepção com a inflação apresentou o menor resultado no período, fechando o mês em 25,24 pontos e uma queda de 6,11% frente a abril deste ano. A confiança do consumidor em relação ao emprego caiu 0,39%, a menor queda entre os componentes, e ficou em 31,07 pontos.

Por outro lado, o índice de confiança na situação financeira atual da família (56,9%) e na situação financeira da família em relação ao passado (52,98 pontos) estão em patamares acima dos 50 pontos, mesmo com reduções de 0,63% e de 0,99%, respectivamente. Pontuações acima de 50 apontam para um clima de otimismo na população.

A última vez em que ocorreu uma queda simultânea em todos os componentes foi durante a pandemia do coronavírus (abril de 2020, março e setembro de 2021). Para Santos, essa queda em todos os indicadores pode indicar uma percepção da população de que as coisas ainda precisam melhorar bastante.

Queda no IEE e IEF

O Índice de Expectativa Econômica do País (IEE) fechou maio em queda de 5,78% frente ao mês anterior, puxado principalmente pela piora da percepção da população com a situação econômica do País, com queda de 11,27%. O pessimismo com a economia nacional também foi o principal destaque no acumulado do ano.

Já no acumulado em 12 meses, o IEE registrou variação positiva de 41,85%. O principal motivador desse resultado foi a perspectiva da população quanto ao emprego, que fechou em alta de 47%.

Assim como o IEE, o Índice de Expectativa Financeira da família (IEF) também apresentou queda na comparação com o mês anterior (-1,79%). O principal destaque foi a redução na pretensão de compra (-6,4%).

Neste ano, o IEF já acumula baixa de 5,75%, puxada pelo recuo na pretensão de compra (-14,15%). Enquanto nos últimos 12 meses, o indicador apresentou uma variação positiva de 1,06%. O principal responsável por esse aumento é o crescimento de 13,64% na percepção da população quanto à situação financeira da família em relação ao passado.

Pretensão de compra

A pesquisa realizada pelo Ipead também traz informações sobre os grupos de bens e serviços que os consumidores pretendem adquirir nos próximos três meses. Entre os conjuntos analisados, Vestuário e Calçados é o grupo com maior pretensão de compra (24,29%). Em seguida estão os eletrodomésticos (8,1%) e eletrônicos (7,14%). Por outro lado, os móveis e moradia são os que apresentam menores índices de pretensão de compra, ambos com 4,76%.

O levantamento também mostra que a parcela de mulheres que apresenta pretensão de compra nos próximos meses (77,99%) é consideravelmente maior que a parcela dos homens (64,35%). O item mais citado por ambos foi Vestuário e Calçados, com 33,03% das mulheres entrevistadas e 14,85% dos homens.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 25/05/2023 por Leonardo Leão.

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