Estudo de instituto da UFMG revela que preço médio da gasolina pode chegar a R$ 4,61 e botijão de gás na capital mineira pode ficar abaixo de R$ 100 pela primeira vez em dois anos
A população de Belo Horizonte pode ter um alívio considerável no bolso com a redução nos preços da gasolina e do botijão de gás anunciada pela Petrobras nesta terça-feira (15). Um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) mostra como a mudança nos preços vai impactar os belorizontinos.
De acordo com o Ipead, o preço médio da gasolina nos postos de Belo Horizonte deve cair 12,6%, passando de R$ 5,28 para R$ 4,61. Já o preço médio do botijão de gás pode cair dos atuais R$ 121,70 para R$ 95,66. Essa seria a primeira vez desde julho de 2021 que o preço médio do botijão fica abaixo de R$ 100,00. O preço médio do óleo diesel cairia quase 13%.
Inflação em BH
O estudo do Ipead também apontou como ficaria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital mineira nas últimas quatro semanas com a redução do preço dos combustíveis e do gás de cozinha.
De acordo com os especialistas, a inflação em Belo Horizonte cairia 88,3% após as medidas anunciadas pela Petrobras, caindo de 0,86% para 0,1%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), que avalia famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, passaria de 1,9% para 0,85%.
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Assim como outros especialistas ouvidos pela Itatiaia após o anúncio da Petrobras, o instituto esclarece que a queda efetiva da inflação só deve ser sentida pela população se a redução chegar até o consumidor final, o que depende de toda a cadeia de distribuição dos combustíveis.
Redução vai chegar no povo?
A Petrobras anunciou, na terça-feira (15), uma redução de 12,6% no preço da gasolina, de 12,8% no preço do diesel e de 21,3% no valor do botijão de gás. A notícia anima os consumidores, mas a economista Carla Beni, professora de MBAs da Fundação Getúlio Vargas, esclarece que essa redução pode demorar a chegar na população.
“O Governo Federal não fixa o preço final dos combustíveis, não há um controle sobre isso. O anúncio tem um peso político e reforça a agenda positiva da Petrobras nesse novo governo, mas o alívio para o consumidor final depende de muitas coisas. Se o revendedor de gás não fizer essa transferência e decidir absorver a diferença como lucro, você vai pagar o mesmo preço final que paga hoje.”
A especialista também comentou a mudança na política de preços da estatal e afirmou que o novo sistema ainda não está bem claro: “A cotação internacional segue sendo usada, mas não será prioridade. Há esse valor marginal, que une produção, importação e exportação feitas pela estatal, e também o custo alternativo, mas esses itens ainda estão muito subjetivos.”
Fonte: Rádio Itatiaia – Publicado em 17/05/2023 por Célio Ribeiro.