Levantamento é da pesquisa especial da Páscoa do IPEAD/UFMG, que também conferiu os preços de outros itens tradicionais do período
Bacalhau ficou mais caro em BH neste ano — Foto: Fred Magno/O Tempo
Vai ficar mais salgado o almoço no Domingo de Páscoa do belo-horizontino. O preço médio do bacalhau aumentou em 13,15% e a posta do bacalhau porto dessalgado foi encontrado no mercado com preços até 97,38% mais elevados, se comparados com dados de 2022. Os peixes também subiram de valor: em média 7,1%.
Os dados são da pesquisa especial da Páscoa, realizada pelo oitavo ano consecutivo pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
Segundo Eduardo Antunes, gerente de pesquisa do Ipead/UFMG, o aumento já era esperado. “As matérias-primas estão bem escassas. O custo está elevado. Isso acaba revertendo no preço final”, explica. Ele observa ainda que, no caso do bacalhau do porto, pescado nos mares do Atlântico Norte, o produto já chega para os brasileiros muito mais caros. “A economia mundial ainda está patinando muito nesse pós-pandemia e com o conflito na Ucrânia”, esclarece.
Antunes ainda destaca que este movimento tem acontecido em todos os setores devido à inflação de 6,5% nos últimos meses. O período também gera uma demanda grande; levando à pressão sobre os preços dos produtos. “Na quaresma aumenta muito o consumo de peixes e ovos”, explica.
Ovos da Páscoa têm preço médio de R$ 53,89
O Instituto conferiu os preços dos itens mais tradicionais consumidos nesse período de Páscoa. Entre eles estão ovos da páscoa, bacalhau, sardinha em lata, azeite de oliva, bata inglesa, ovos de galinha e caixa de bombons.
O preço médio de quase todos os produtos subiu em relação a 2022, sendo que o ovo de galinha apresentou a maior variação, 29,69%.
O levantamento também mostrou que o preço médio dos ovos de Páscoa subiu, 17,69% em 2023, quando comparado com 2022, enquanto a inflação no período foi de 6,38%.O preço médio dos ovos de Páscoa foi de R$ 53,89.
A marca Lacta apresentou a maior variação de preços em relação aos praticados em 2022 (29,02%). Mas, segundo o gerente de pesquisa Eduardo Antunes, a empresa apenas reajustou os preços para ficarem alinhados aos das concorrentes. A Garoto apresentou variação de 15,73% e a Nestlé de 20,34%.
Diante dos altos valores, a perspectiva é que os consumidores substituam os produtos por outros mais em conta. “O pessoal está preferindo muito os ovos de páscoa artesanais. Mas também eles não estão tão baratos do que já foram vendidos anteriormente”, explica Eduardo Antunes, gerente de pesquisa do Ipead/UFMG. Segundo ele, há uma semana da Páscoa, é preciso fazer uma pesquisa em busca de promoções para conseguir driblar os altos valores.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 28 de março, junto a estabelecimentos comerciais de forma presencial e pela internet (com entrega em Belo Horizonte).
Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 31/03/2023 por Shirley Pacelli.
