Consumidores estão mais pessimistas em BH

Após cinco altas consecutivas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte apresentou queda expressiva de 5,14% em setembro frente a agosto. O recuo fez com que o índice caísse para 35,31 pontos, ficando bem abaixo dos 50 pontos, que demarcam a fronteira entre a situação de pessimismo e otimismo.

A queda era prevista já que a concretização das expectativas dos consumidores está ocorrendo de forma lenta. A lentidão na retomada dos empregos e no ritmo de recuperação da economia, aliada à inflação em alta e ao menor poder de compra das famílias, são fatores que impactaram de forma negativa e aumentaram ainda mais o pessimismo do consumidor da capital mineira.

O ICC de Belo Horizonte, que foi divulgado ontem, é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).

O gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, explica que a queda registrada no índice de confiança do consumidor de Belo Horizonte é uma tendência nacional. Mesmo que em processo de recuperação da crise gerada pela pandemia da Covid-19, a retomada acontece de forma lenta, o que afeta a confiança do consumidor.

“Ainda que haja um processo de controle da pandemia, de reabertura do comércio e retomada das atividades a níveis mais normais, a realidade ainda é complicada. A população enfrenta a inflação alta e o emprego ainda não chegou. A inflação deteriora as finanças das famílias, por mais controle que tenham, façam a trocar de produtos por mais acessíveis e tenham um consumo consciente, a situação acaba impactando. O resultado é que após cinco altas consecutivas, tivemos uma queda significativa”, analisa o gerente.

Em relação ao índice geral, em setembro, foi verificada queda de 5,14% frente a agosto. No ano, o ICC acumula queda de 0,81% até setembro e nos últimos 12 meses redução de 3,14%.

Entre os componentes, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou queda de 7,63% em setembro na comparação com o indicador do mês anterior, influenciado pela piora na percepção dos consumidores sobre emprego e situação econômica do País, que caíram 13,59% e 6,75%, respectivamente. Também houve piora na percepção em relação à inflação, com queda de 0,55%.

O Índice de Expectativa Financeira (IEF), também apresentou queda em comparação com o mês de agosto, 3,74%, sendo o item de situação financeira da família em relação ao passado o que apresentou a maior retração, 4,5%.

A situação financeira da família recuou 3,34% e a pretensão de compras caiu 4,30%. Dentre os consumidores que pretendem adquirir bens e serviços nos próximos três meses, os maiores destaques foram: vestuário e calçados (21,43%), outros (10%) e móveis (5,71%).

Presentes
Apesar da queda no Índice de Confiança do Consumidor, as expectativas em relação ao Dia das Crianças são positivas. O levantamento feito pelo Ipead mostra que a maior parte dos consumidores entrevistados, 52,86%, pretende presentear alguma criança no próximo dia 12 de outubro, sendo esse percentual o maior dos últimos seis anos

Com a crise gerada com a pandemia e o menor poder de compras, a tendência é que o desembolso seja menor. Dentre os consumidores que pretendem presentear, a faixa de valor dos presentes a serem adquiridos em 2021 está inferior ao último ano. O valor médio dos presentes caiu de R$ 60,73 para R$ 54,73 neste ano.

Do total que irá presentear, 69% dos consumidores anunciaram que gastarão, neste ano, um valor inferior ou igual ao que gastaram no ano passado e, 23%, responderam que pretendem gastar um valor superior.

De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, a maior intenção de compras, mesmo diante do aumento do pessimismo, acontece devido ao apelo emocional da data e também pela reabertura do comércio e dos serviços, diferente do que aconteceu no ano anterior.

“As crianças sofrem muito com a pandemia e as medidas de restrição impostas. Por isso, muitas pessoas irão compensar esta situação presenteando. Além disso, há uma retomada do comércio e dos serviços de lazer. Isso também estimula os gastos”, explicou.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Publicado em 30/09/2021 por Michelle Valverde.

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