Inflação já acumula alta de 4,76% no ano na Capital

A inflação em Belo Horizonte apresentou mais uma alta em julho. De acordo com os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,54% em julho, levando para 4,76% a alta acumulado nos primeiros sete meses de 2021 e para 8,62% nos últimos 12 meses. No sétimo mês do ano, a alta do IPCA foi puxada, principalmente, pelos aumentos dos custos com alimentação e energia elétrica.

De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, a inflação deve continuar em alta. Ainda são muitas as incertezas em relação aos cenários econômicos, o que interfere no mercado. Além disso, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, muitas atividades estão retomando, assim como o cotidiano da população, o que tem impulsionado os preços de alguns produtos, como os ligados ao turismo, por exemplo.

“O impacto maior na inflação de junho aconteceu, basicamente, pela refeição fora de casa, tarifa de energia elétrica, excursões, passagens aéreas e gasolina. Com a vacinação contra a Covid-19, mais atividades estão retomando e as pessoas também estão buscando uma vida mais próxima ao normal, o que aumentou a demanda por alguns produtos e alavancou os custos”.

A pesquisa feita sobre os preços dos produtos e serviços, que são agrupados em 11 itens, teve como maiores destaques as altas de 3,83% para o grupo de Alimentação em restaurante, de 2,70% para Alimentos elaboração primária, de 1,31% para Bebidas em bares e restaurantes e de 1,14% para Produtos administrados.

No mês, foram registradas quedas de 2,82% em Alimentos in natura, de 2,68% em Saúde e cuidados pessoais e de 2,67% em Vestuário e complementos.

Ao longo de julho, o item de maior contribuição para o aumento no custo de vida foi a refeição, com alta de 4,40% no mês. Elevação também foi vista nos custos com energia elétrica residencial, que avançou 4,78%. Em excursões, a variação positiva nos preços foi de 3,6% e em passagens áreas de 31,58%. A gasolina, mais uma vez, também apresentou reajuste, de 1,04%.

Dentre as quedas, que foram importantes para que a inflação não avançasse ainda mais, estão o plano de saúde individual, com retração de 5,53%, seguido pela blusa feminina, com queda de 27,48%, hospitalização/cirurgia com retração de 12,88%, calça masculina, 14,28% e batata-inglesa, cujo preço ficou 16,39% menor.

Com o resultado mensal, a inflação acumulada nos últimos 12 meses, na Capital, está em 8,62%. Índice muito acima do centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para o Brasil, que é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

“A tendência é encerrar o ano com a inflação, em Belo Horizonte, próxima a 10%, caso o ritmo registrado em julho se mantenha. Precisamos avaliar a situação ao longo dos próximos meses. A retomada das atividades é boa, mas pode aumentar a inflação”.

Cesta básica

Julho também foi marcado pelo aumento dos custos com a cesta básica em Belo Horizonte. De acordo com o levantamento do Ipead, após queda no mês anterior, o custo da cesta básica apresentou alta em julho de 2,66%. O reajuste elevou para R$ 568,27 o valor da cesta.

A pesquisa do Ipead mostrou que os principais responsáveis pela alta foram o tomate Santa Cruz (26,13%), a chã de dentro (2,43%) e o leite pasteurizado (8,15%).

O gerente de pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, explica que os produtos que apresentaram maior alta estão em períodos de baixa produção, o que eleva os preços.

“Em julho, foi registrada a maior alta nominal para a cesta básica, 2,66%, no ano. Os produtos alimentícios vêm apresentando grande volatilidade nos preços e, isso, acaba impactando na cesta básica”.

Com o resultado mensal, a cesta básica apresentou uma alta expressiva de 23,06% nos últimos 12 meses. Neste intervalo, as maiores altas foram registradas nos preços do arroz, 35,25%, óleo de soja, 83,14%, açúcar cristal, 43,27%, café moído, 25,98%, tomate Santa Cruz, 60,07%, e chã de dentro, 40,11%.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 04/08/2021 por Michelle Valverde – caderno de Economia.


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