O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Belo Horizonte teve uma variação positiva de 0,48% em novembro, na comparação com outubro. O dado foi apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
“A inflação de 0,48% em novembro gerou um acumulado no ano de 4,10%. Porém, ainda está dentro da meta do governo, que é de 4,25%”, ressalta a coordenadora de pesquisas da entidade, Thaize Martins.
As maiores altas foram registradas em bebidas em bares e restaurantes (5,70%) e alimentos elaboração primária (3,03%). “Esses alimentos de elaboração primária envolvem itens como carne de frango e bovina, arroz, feijão, leite, e apresentaram impacto principalmente por causa do aumento no preço das carnes. Já a elevação do valor das bebidas em bares e restaurantes já é algo esperado devido a esta época do ano de comemorações e eventos corporativos de fim de ano”, diz Thaize Martins.
Já alimentos in natura e vestuário e complementos apareceram como os itens com maior queda, de 4,19% e 3,19%, respectivamente.
A alimentação fora da residência teve alta de 1,34% em novembro na comparação com outubro, sendo que a alimentação em restaurante teve crescimento de 0,86%. Já a alimentação na residência apresentou incremento de 0,74%, com alta registrada de 0,56% em alimentos industrializados.
Os gastos relacionados à habitação, por sua vez, apresentaram uma expansão de 0,56%. Tanto o item encargos e manutenção quanto artigos de residência apresentaram crescimento, de 0,60% e 0,47%, respectivamente.
O componente transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, águas e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) registrou crescimento de 0,62%, impactado, sobretudo, conforme ressalta Thaize Martins, pelo aumento do valor da energia elétrica.
Confiança – O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte marcou 39,08 pontos em novembro, o que representa um aumento de 1,85% na comparação com outubro. Porém, ainda está abaixo dos 50 pontos, que separam o pessimismo do otimismo.
Entre os índices que compõem o ICC, o emprego atingiu 25,89 pontos, um aumento de 10,96% em comparação ao mês anterior. “Os empregos temporários de fim de ano interferem nessa perspectiva”, avalia a coordenadora de pesquisas da Ipead.
Já situação econômica marcou 30,36 pontos, inflação 31,73 pontos e pretensão de compra 40,95 pontos.
Os únicos componentes que ultrapassaram os 50 pontos foram a situação financeira da família em relação ao passado, que chegou aos 51,37 pontos, e situação financeira da família, que atingiu 55,60 pontos.
Cesta básica – Os dados da entidade mostram ainda que o custo da cesta básica teve queda de 1,64% entre outubro e novembro, sendo a sétima diminuição consecutiva. O valor da cesta básica, no mês passado, foi de R$ 414,32, o que equivale a 41,52% do salário mínimo.
Foram registradas quedas no tomate santa cruz (-22,86%), batata inglesa (-19,22%), banana caturra (-6,01%), açúcar cristal (-1,47%), arroz (-0,75%) e óleo de soja (-0,28%).
A alta, por sua vez, foi constatada na manteiga (0,07%), farinha de trigo (2,61%), café moído (1,93%), feijão carioquinha (1,51%), leite pasteurizado (2,75%), pão francês (1,71%) e chã de dentro (2,84%).
“O comportamento da cesta básica no fim de 2018 e no começo de 2019 foi de forte alta. O crescimento foi de 3,6% em dezembro de 2018 e de 2,29% em janeiro. Em março, foi o grande pico, de 7,11%. Os preços no primeiro semestre foram subindo, e a sétima queda consecutiva é um retorno ao patamar do ano passado. No entanto, se comparar novembro deste ano com o mesmo período de 2018, ainda é verificada alta, de 2,96%”, destaca Thaize Martins.
Selic – A taxa Selic, conforme ressalta a Ipead, está em 5% a.a. desde a última atualização feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que aconteceu entre os dias 29 e 30 de outubro deste ano. “O que podemos destacar, principalmente nesse momento, é a questão dos juros praticados no cheque especial e no cartão de crédito. Mesmo com a taxa Selic mais baixa da série histórica, esses juros são superiores a 11% ao mês, muito elevados”, frisa Thaize Martins.
A maior parte das taxas médias de juros praticadas para pessoa física apresentou alta em novembro na comparação com outubro. O destaque foi para a construção civil – imóveis construídos, com variação da taxa média em relação ao mês anterior de 318,75%.
As taxas para pessoas jurídicas, em sua maior parte, também apresentaram elevação, com destaque para o desconto de duplicatas (8,27%).
A maioria das taxas de captação, por sua vez, teve queda, sendo a de fundos de curto prazo a mais significativa: -33,33%.
Fonte: Jornal Diário do Comércio por meio do caderno de Economia – Publicado em 04/12/2019.