Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 19,3 bilhões em Minas

O pagamento do décimo terceiro salário deverá injetar R$ 19,3 bilhões na economia mineira em 2019, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O montante representa aproximadamente 9% do total do Brasil – que, neste ano, deverá chegar a R$ 214 bilhões – e 18,3% da região Sudeste. Além disso, o valor representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.

Ainda conforme o Dieese, o número de pessoas no Estado que receberá o 13º foi estimado em 8,6 milhões, equivalente a 10,7% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. Em relação à região Sudeste, equivale a 22,7%.

Em Minas, os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários representam 59,1%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 40,9%. O emprego doméstico com carteira assinada responde por 2,8%.

Em Belo Horizonte, um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais analisou como os consumidores da capital mineira pretendem utilizar o benefício financeiro, a ser pago neste e no próximo mês.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Thaize Martins, observou-se que a maior parte dos entrevistados (50,95%) terá direito ao recebimento do benefício ou gratificação similar em 2019. E, dentre esses consumidores, verificou-se que o item citado mais vezes como sendo o principal destino desse recurso foi “pagar contas atrasadas ou quitar dívidas” com 29,91%. Logo em seguida, apareceu “poupar para outros fins”, com 20,56%.

“Desde o início da pesquisa, em 2016, ‘pagar contas atrasadas ou quitar dívidas’ aparece em primeiro lugar. Da mesma maneira, ‘poupar para outros fins’ também se destacou nos últimos exercícios. A gente percebe então que os consumidores têm destino certo para esses recursos a cada ano”, explicou.

Além disso, a coordenadora destacou que o item “viajar” subiu do sexto para o terceiro item mais citado para o destino do décimo terceiro salário em 2019, com 12,15% das respostas. E que, neste ano, os consumidores estão menos propensos a utilizar o recurso do benefício para realizar compras de presentes de Natal, já que este item apareceu na nona posição das respostas mais citadas pelos consumidores.

A pesquisa foi realizada juntamente com o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH), que apresentou aumento de 5,6% na comparação com setembro, alcançando 38,37 pontos. No entanto, vale ressaltar que o índice permaneceu abaixo dos 50 pontos, nível que separa o pessimismo do otimismo.

Neste caso, Thaize Martins chamou atenção para o Índice de Expectativa Econômica (IEE) que apresentou aumento de 10,77% sobre o mês anterior, influenciado pela melhora na percepção do item situação econômica do País, cuja elevação foi superior a 15%. O Índice de Expectativa Financeira (IEF) também apresentou aumento de 2,61% em comparação com setembro, sendo o item pretensão de compra o que mais contribuiu para essa elevação no mês, com variação de 4,05%.

Inflação – Ainda conforme o Ipead, a inflação de Belo Horizonte aumentou em 0,14% em outubro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de um a cinco salários mínimos. No acumulado do ano, a variação chegou a 3,6% e, nos últimos 12 meses, 3,71%.

Assim, de acordo com a coordenadora de pesquisa, ao que tudo indica, a inflação da Capital deve encerrar 2019 dentro do centro da meta, estipulado em 4,25%.

Vale destacar que, dentre os 11 itens agregados que compõem o índice, os maiores destaques foram as altas de 1,81% para vestuário e complementos e de 1,57% para alimentação em restaurante. No sentido oposto, destacou-se a queda de 6,09% para alimentos in natura.

Nos individuais, a maior contribuição veio da alimentação fora de casa (3%) e da gasolina (2%). Já a tarifa elétrica, que vinha sendo responsável nos meses anteriores pela pressão nos preços, em outubro, ficou negativa (-3,74%).

NO PAÍS, 81 MILHÕES VÃO RECEBER “EXTRA”

São Paulo – O pagamento do décimo terceiro salário deverá injetar na economia brasileira, até dezembro, R$ 214,6 bilhões, de acordo com estimativa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  Aproximadamente 81 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 2.451.

Têm direito a receber o salário extra os trabalhadores do mercado formal, inclusive empregados domésticos, os beneficiários da Previdência Social e os aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Em sua estimativa, o Dieese não leva em conta os trabalhadores autônomos, assalariados sem carteira ou quem recebe algum tipo de abono de fim de ano.

Do total estimado de R$ 214 bilhões, cerca de R$ 147 bilhões (68% do total) vão ser destinados aos empregados formalizados, incluindo os trabalhadores domésticos. Aposentados e pensionistas vão receber R$ 67,7 bilhões (32%).

Entre os 81 milhões de brasileiros que devem receber o décimo terceiro salário, 49 milhões (61% do total) são trabalhadores no mercado formal. Os demais (39%) são aposentados ou pensionistas da Previdência, aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio), de estados e municípios. Segundo os dados do Dieese, o volume de pessoas do mercado formal que receberão o décimo terceiro salário este ano aumentou em torno de 1% na comparação com os números de 2018.

O maior valor médio para o décimo terceiro salário deverá ser pago no Distrito Federal (R$ 4.558) e os menores, no Maranhão e no Piauí (R$ 1.651 e R$ 1.647, respectivamente). De acordo com o Dieese, as médias não incluem o pessoal aposentado pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios. (ABr)

Fonte: Jornal Diário do Comércio por meio do caderno de Economia – Publicado em 06/11/2019 por Mara Bianchetti.

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