O custo de vida em Belo Horizonte subiu 0,22% em agosto, na comparação com o mês de julho, impulsionado principalmente pelas altas de 1,13% para produtos administrados e de 3,21% no grupo de saúde e cuidados pessoais. O item plano de saúde individual foi o que mais contribuiu, com elevação de 7,35% no mês. No ano, a inflação acumulada é de 3,44% e, nos últimos 12 meses, chegou a 4,24%, próximo ao centro da meta de 4,25% definida pelo Conselho Monetário Nacional para o ano de 2019.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) foram divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
De acordo com a coordenadora de pesquisa da Ipead/UFMG, Thaize Martins, em agosto a inflação na capital mineira continuou subindo, mas em ritmo menos acelerado do que o registrado nos primeiros meses do ano, período em que os preços dos alimentos elevam o custo de vida.
Ao longo do ano, as taxas de inflação medidas pela Ipead em Belo Horizonte foram de 1,87% em janeiro; queda de 0,24% em fevereiro, alta de 0,52% em março, recuo de 0,07% em abril, e elevações de 0,27% em maio; de 0,16% em junho, de 0,68% em julho e de 0,22% em agosto.
Segundo Thaize, as altas observadas nos últimos dois meses foram influências pontuais, como o aumento da tarifa de energia elétrica em julho e dos preços dos planos de saúde em agosto.
“Nesse mês de agosto tivemos uma taxa de inflação mais alta do que as apuradas no mesmo período dos anos anteriores”, observa. Em agosto de 2016 a taxa foi de 0,19%; em 2017, de 0,13% e, em 2018, queda de 0,03%.
A justificativa para essa elevação de 0,22% em agosto deste ano é atribuída à alta de 7,35% nos preços dos planos de saúde, pois, segundo Thaize, geralmente esses reajustes acontecem em períodos anteriores.
Grupos – Dos 11 itens agregados que compõem o IPCA, a maior alta do mês foi verificada no grupo Saúde e cuidados pessoais, alcançando a taxa de 3,21%. No ano chegou a 4,64% e nos últimos 12 meses, a 5,38%. Logo depois veio o grupo de produtos administrados, com alta de 1,13% no mês, de 3,64% no ano e de 1,92% em 12 meses.
Em agosto, o grupo Alimentação apresentou queda de 0,03%, com recuo de 0,32% em alimentação na residência e alta de 0,31% em alimentação fora da residência. O grupo Habitação registrou ligeira alta de 0,09%, e o de cuidados pessoais, queda de 0,14%.
Produtos e serviços – Além da alta de 7,35% no custo do plano de saúde individual, também contribuíram para o aumento da inflação as tarifas de energia elétrica residencial (3,89%); tarifas de água (8,38%); passagem aérea (28,97%) e móvel para sala (3,16%). As cinco maiores quedas foram observadas em excursões (-7,98%); gasolina comum (-0,89%); conserto de automóvel (-3,34%), perfume (-8,8%) e aparelho celular (-8,96%).
Expectativas – Para 2019, considerados os resultados dos últimos 12 meses e os históricos em anos anteriores, a previsão é de que a inflação na capital mineira deve ter leve alta no fim do ano, em virtude dos preços dos alimentos. No entanto, observa Thaize, “a expectativa é de que feche o ano controlada, dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional”, o que significa que pode variar entre 2,75% e 5,75%.
Cesta básica – De acordo com o levantamento da Ipead, o custo da cesta básica apresentou a quarta queda consecutiva em agosto, com recuo de 2%, frente ao mês anterior. O valor da cesta foi de R$ 425,98, equivalente a 42,68% do salário mínimo. No acumulado do ano, a alta foi de 2,1% e, em 12 meses, de 14,47%.
Dos produtos da cesta básica, o principal responsável pela queda nos preços foi o tomate Santa Cruz (-19,53%); seguido pela batata inglesa (-11,66%) e leite pasteurizado (-1,12%). As maiores altas foram observadas nos preços da banana caturra (13,45%); pão francês (1,95%) e óleo de soja (1,85%).
Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 05/09/2019 por Andréa Rocha Faria.