Em 12 meses, índice que mede custo de vida dos mais pobres em BH foi maior

As famílias menos abastada na Região Metropolitana de Belo Horizonte sentiram mais os efeitos da inflação do que a classe com maior poder aquisitivo no acumulado dos últimos doze meses. É o que revela a comparação entre dois indicadores calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O primeiro é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), criado para medir a evolução dos preços de produtos e serviços às famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos (até R$ 4.990). 

O segundo é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que avalia o sobe e desce dos preços de produtos e serviços às famílias que possuem renda entre um e 40 salários mínimos (até R$ 39.920). De acordo com o IBGE, o INPC geral na Grande BH fechou os últimos 12 meses com alta de 3,14%, resultado acima do IPCA (3,08%) em igual intervalo e região. 

Os dois indicadores são divididos em vários subíndices. No da alimentação no domicílio, por exemplo, novamente o INPC (4,91%) ficou acima do IPCA (4,50%) na mesma base de comparação. “Cada um dos nove grupos de ambos os indicadores possui pesos diferentes que variam todos os meses. O peso do grupo ‘alimentação e bebidas’ representa pouco mais de 30% do índice, evidenciando a relevância de gastos com comida para o grupo considerado de baixa renda. 

Portanto, uma variação de preços maior em itens essenciais – como alimentos, medicamentos, serviços essenciais (água, luz etc) – pesa mais para famílias de renda menor do que para famílias com maiores rendas”, explicou Guilherme Almeida, economista-chefe da Fecomércio-MG. 

“A variação de preços maior em itens essenciais pesa mais para famílias de renda menor do que para famílias mais abastadas”

Cesta básica

Usando como base a evolução da cesta básica em Belo Horizonte, a pesquisadora Thaize Martins, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), reforça que os alimentos in natura subiram 15% este ano: “É um impacto que a população com baixa renda sente bem mais”, afirmou a pesquisadora.

A Fundação Ipead calcula o custo da cesta básica na capital. A evolução do preço impacta mais no bolso da classe menos favorecida, que pagou 17,3% a mais entre julho do ano passado e junho de 2019. O custo da cesta saltou de R$ 373,61 para R$ 438,31. 

Mas não é só o conjunto de componentes da cesta básica que pesa mais no INPC. Por exemplo, a passagem de ônibus tem peso maior no índice que retrata a inflação das famílias de baixa renda, uma vez que o transporte público tem essa camada da sociedade como principal cliente. “Por sua vez, a gasolina tem impacto maior no IPCA”, finaliza Thaize.

Fonte: Jornal Hoje em Dia (Primeiro Plano) por Paulo Henrique Lobato em 25/07/2019.

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