Em BH, valor real da locação residencial tem queda de 2,08%

O preço médio do aluguel residencial em Belo Horizonte apresentou alta nominal de 0,36% em março, acumulando elevação de 0,96% no primeiro trimestre e de 3,61% nos últimos 12 meses.

Apesar do incremento, o índice de aumento continua abaixo da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo/Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPCA/Ipead). Descontando a inflação e levando em conta os últimos 12 meses, o valor do aluguel residencial recuou pelo sexto ano consecutivo.

Os dados são da Pesquisa do Mercado Imobiliário em BeloHorizonte: Aluguéis, divulgada ontem, pela Fundação Ipead.

De acordo com os dados da fundação, quando descontada a inflação, os valores médios do aluguel residencial estão em queda. Levando em conta os resultados dos últimos 12 meses (abril de 2018 a março de 2019), a retração foi de 2,08%, acompanhando a tendência observada na mesma base de comparação de 2018 (queda de 1,25%) e 2017, com retração de 1,75%.

Segundo a coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead, Thaize Vieira Martins Moreira, na base comparativa dos últimos 12 meses, os preços médios de aluguéis dos imóveis residenciais apresentaram queda pelo sexto ano seguido. Os dados mostram que a retração foi de 0,49% em 2014, de 4,48% em 2015, de 10,79% em 2016, de 4,78% em 2017, de 0,85% em 2018 e de 2,08%em 2019.

“A retornada dos valores dos aluguéis ainda é tímida e segue abaixo da inflação. Este cenário é resultado do desempenho fraco da economia, aumento do desemprego e queda da renda da população”, explicou Thaize.

Comercial – A situação econômica do País também interferiu nos aluguéis de áreas comerciais, fazendo com que o índice de aumento dos preços médios mensais dos aluguéis comerciais de Belo Horizonte também se mantivesse abaixo da inflação.

De acordo com o levantamento do Ipead, em março, o valormédio nominal do aluguel de espaços comerciais aumentou 0,26%, enquanto ainflação no período foi de 0,52%. Ao descontar a inflação, o valor retoma aospatamares de preços praticados em fevereiro de 2017.

No acumulado do primeiro trimestre, enquanto a inflação alcançou 2,15%, a variação no preço do aluguel apresentou alta de 0,68%. No acumulado dos últimos 12 meses, o aluguel variou positivamente 2,98% e a inflação 5,81%.

Considerando os últimos 12 meses e descontando a inflação, apesar da alta nominal, os preços médios de aluguéis comerciais apresentaram queda de 1,25% em 2017, de 1,46% em 2018 e de 2,67% no acumulado de abril de 2018 a março de 2019. Com isso, os valores apresentaram a quinta queda real consecutiva. A primeira retração foi verificada em 2015 (2,21%), depois em 2016(5,49%), em 2017 (2,05%) em 2018 (0,10%) e 2,67% em 2019.

“O cenário observado nos resultados dos aluguéis de imóveis comerciais é muito semelhante ao dos residenciais. Assim como nos residenciais, a retração da economia interfere diretamente na composição dos valores”, disse Thaize.

Preços de venda deimóveis seguem mesma tendência

Os preços médios de venda dos imóveis residenciais em Belo Horizonte apresentaram queda real nos últimos 12 meses, considerando o período de março de 2018 a fevereiro de 2019.

De acordo com os dados da Pesquisa do Mercado Imobiliário em Belo Horizonte: Construção e Comercialização, divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), ao descontar o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) dos preços médios de venda dos imóveis residenciais, foi verificada queda real de 2,32%. A pesquisa é feita com base nos valores de imóveis novos.

Segundo os dados da pesquisa, em fevereiro de 2019, os índices dos preços médios nominais de venda dos imóveis residenciais (apartamento) aumentaram 0,02% na variação mensal. Apesar da alta, no acumulado do primeiro bimestre, o índice está negativo em 0,02%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a variação positiva foi de 1,56%.

Considerando os últimos 12 meses, os preços dos imóveis residenciais apresentaram queda real pelo sexto ano consecutivo. Em 2014, a retração foi de 2,86%, em 2015 de 1,72%, em 2016 de 5,04%, de 4,63% em 2017, de 2,36% em 2018 e de 2,32% entre março de 2018 e fevereiro de 2019.

Quando levada em conta a variação mensal dos preços médios de venda de apartamentos, 0,02%, e descontando a variação mensal do custo da construção civil, 0,09%, os valores médios de comercialização, em Belo Horizonte, voltaram aos patamares de fevereiro de 2009.

“Observamos que, ao descontar o custo da construção civil dos preços dos imóveis, percebemos queda real nos valores de venda. Isso é resultado de um cenário econômico de crises, de inflação alta, endividamento familiar e alto índice de desemprego. Todos esses fatores fizeram com que a demanda por imóveis recuasse, as pessoas deixaram de adquirir imóveis novos, as construtoras ficaram com estoques aumentados, então, quando há maior oferta e menor demanda, ocorre a retração dos preços”, explicou a coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead, Thaize Vieira Martins Moreira.

Cenário paraaquisição – O momento é considerado favorável para a aquisição de imóveis,porém é preciso ter um bom planejamento.

“Para quem pretende investir e comprar um imóvel, o cenário ainda é favorável, mas demanda planejamento, uma vez que os pagamentos são extensos e os empresários do setor da construção civil estão otimistas e acreditando na retomada dos preços no próximo semestre e nos próximos anos”, disse Thaize.

Em relação aos imóveis comerciais, o ano de 2019 começou com recuperação dos preços de vendas dos imóveis. Em fevereiro, o valor nominal cresceu 0,38% em salas e 0,17% em lojas. No primeiro bimestre, foi verificada alta nominal de 1,09% nos valores de salas e de 0,34% para lojas.

Nos últimos 12 meses, ao descontar dos preços médios de venda dos imóveis comerciais (salas e lojas) o custo da construção, as salas acumularam queda real de 7,98% e as lojas retração de 3,39% na cotação.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado por Michelle Valverde em 26 de abril de 2019.

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