Capital tem deflação em fevereiro com ajuda da gasolina

Este foi o terceiro ano consecutivo em que houve recuo no custo de vida em BH no mês

O custo de vida registrou queda em Belo Horizonte no mês de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou retração de 0,24%, influenciado, principalmente, pela redução do preço da gasolina (-1,13%)e das excursões (-20,74%), esse último item impactado pelo final da temporada de férias.  Além disso, há influência do efeito janeiro, mês que historicamente registra maior alta no índice inflacionário devido a reajustes próprios da época. Por outro lado, o destaque foi o aumento do preço do feijão – de 44,69%. Os dados foram divulgados na sexta-feira (8) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead), vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Coordenadora de pesquisa do Ipead-UFMG, Thaize Martins explica que este é o terceiro ano consecutivo que o mês de fevereiro registra deflação. Em 2017, houve queda de 0,43% e, em 2018, a redução foi de 0,44%.

“A deflação indica que os preços, em média, ficaram mais baratos em fevereiro. Isso não é uma surpresa, pois tal resultado foi registrado também nos últimos dois anos. Isso ocorre inclusive devido ao efeito janeiro, quando os valores aumentam muito por causa de vários reajustes”, explica. No acumulado do ano, o IPCA da Capital registra alta de 1,62% e, no acumulado de 12 meses, o avanço inflacionário é de 4,97%.

Em fevereiro, o grupo alimentação mostrou alta de 0,70%. Dentro desse conjunto, os principais aumentos vieram de bebidas em bares e restaurantes, com crescimento de 2,39%, e alimentos in natura, com alta de 1,93%.

Já o grupo de produtos não alimentares registrou retração de 0,41%. Despesas pessoais mostrou queda de 1,42%. Os produtos administrados, que incluem combustíveis, caíram 0,20%.

O IPCA mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), referente às famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, apresentou, em fevereiro, variação positiva de 0,17%.

Cesta básica – A alta do feijão assustou e pesou no orçamento doméstico. Ainda assim, o preço da cesta básica apresentou queda de 0,19% em fevereiro, em Belo Horizonte, chegando a R$425,94. A retração foi registrada após quatro altas seguidas.

Thaize Martins pontua que, apesar do aumento nos preços de produtos como feijão (+44,85%) e batata-inglesa (+32,45%), ocorreram baixas significativas nos preços do tomate (-12,10%), chã de dentro (-7,59%) e banana-caturra (-6,23%).

O Ipead também divulgou a pesquisa mensal sobre taxas de juros praticadas em Belo Horizonte em empréstimos. Segundo o levantamento, a maioria das taxas médias de juros praticadas para pessoa física em fevereiro apresentou queda em relação a janeiro. O principal destaque foi para taxa de construção civil, que teve redução. No caso de imóveis construídos, a taxa média foi negativa (-0,16%). A taxa Selic se mantém em 6,5% ao ano.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado por Ana Amélia Hamdan em 9 de março de 2019.

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