Aumento no preço do cacau, aliado a desafios econômicos, como a desvalorização cambial, foram determinantes para esse cenário

A compra de ovos de Páscoa em 2025 deve pesar mais no bolso do consumidor mineiro. Neste ano, o preço médio dos produtos avançou 12,01% na comparação com 2024, custando em média R$ 60,98, conforme aponta a pesquisa especial da Páscoa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead).
A disparada dos preços é considerada expressiva, especialmente ao considerar que entre 2023 e 2024 o preço médio dos ovos de Páscoa havia subido apenas 0,72%. O aumento do preço do cacau, aliado a desafios macroeconômicos, como a desvalorização cambial, foi determinante para esse cenário.
O economista da Fundação Ipead Diogo Santos destaca que o aumento acumulado no preço do cacau, que ultrapassou 100% nos últimos 12 meses, gerou uma pressão considerável sobre os custos. “É uma produção concentrada em poucos países, que tiveram problemas em razão de efeitos climáticos e desafios nas próprias plantações”, pontua.
Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar impactou significativamente no custo de produção da indústria nacional de chocolates. Para Santos, a alta importação, em razão da elevada demanda do País, tornou as mercadorias mais caras, e parte desse montante foi repassado ao consumidor final.
Consumidor deve ficar atento ao custo, peso e composição dos ovos de Páscoa
Com mudanças observadas em relação ao último ano, os resultados dos preços médios de cada ovo de Páscoa consideraram também as diferentes gramaturas dos produtos. Nessa avaliação, a marca Garoto é a que apresentou a maior variação de preços em relação aos praticados em 2024 (18,21%), enquanto a Cacau Show obteve a menor variação (4,76%).
Em relação ao preço médio dos ovos de Páscoa, a Lacta foi a marca com menor valor registrado, de R$ 52,22, seguido pela Garoto (R$ 63,98), Nestlé (R$ 67,24) e Cacau Show (R$ 79,99).
“Cada empresa ajustou os custos de acordo com as respectivas políticas de venda. Algumas empresas optaram por ampliar menos o preço e apostar na quantidade, outras investiram ao longo do ano para repassar menos o preço nessa época, além daquelas que preferiram repassar menos e ter alguma perda na margem de lucro”, ressalta o economista.
Para minimizar os impactos no orçamento familiar, o recomendado é que além de pesquisar os preços, os consumidores também fiquem atentos ao peso do produto. Segundo Santos, empresas que adquirem ovos de Páscoa em maior quantidade tendem a ofertar preços mais atrativos, já que conseguem maiores descontos com as fábricas.
Por ser um produto majoritariamente importado, o bacalhau também deve pesar no orçamento das famílias com aumento de 4,19% em relação ao ano anterior. O item é consumido tradicionalmente durante a Páscoa, período em que a procura pelo peixe cresce significativamente devido aos costumes religiosos e culturais que estimulam a substituição de carnes vermelhas por peixes nas refeições.
Segundo a pesquisa da Fundação Ipead, foi encontrado no mercado bacalhau cujo preço avançou 46,72%. Para o economista, alguns produtos importados no pico de desvalorização do real, chegaram com preço mais alto. “Apesar da pequena valorização recente do real em relação ao dólar, tivemos uma intensa desvalorização tanto na totalidade ano passado, quanto se compararmos com a Páscoa anterior”, finaliza. Outro ponto de atenção se concentra na composição de cada produto, já que algumas marcas tendem a reduzir a quantidade de cacau ou até mesmo substituir ingredientes para diminuir custos. “É sempre importante ficar atento às apresentações e mudanças na composição até que novas regras sejam impostas pelo governo federal”, diz.
Alta do dólar também afeta bacalhau
Por ser um produto majoritariamente importado, o bacalhau também deve pesar no orçamento das famílias, com aumento de 4,19% em relação ao ano anterior. O item é consumido tradicionalmente durante a Páscoa, período em que a procura pelo peixe cresce significativamente devido aos costumes religiosos e culturais que estimulam a substituição de carnes vermelhas por peixes nas refeições.
Segundo a pesquisa da Fundação Ipead, foi encontrado no mercado bacalhau cujo preço avançou 46,72%. Para o economista, alguns produtos importados no pico de desvalorização do real, chegaram com preço mais alto. “Apesar da pequena valorização recente do real em relação ao dólar, tivemos uma intensa desvalorização tanto na totalidade ano passado, quanto se compararmos com a Páscoa anterior”, finaliza.