Preços de produtos típicos de Natal sobem em BH

Estudo da Fundação Ipead mostra elevação no preço médio de 18 itens, de um total de 26 produtos

A maioria dos produtos típicos das festividades de fim de ano ficou mais cara em Belo Horizonte, é o que mostra levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), divulgado nesta segunda-feira (9).

De um total de 26 produtos, a maioria dos itens (18) apresentou elevação no preço médio na comparação com igual período de 2023, com a intensidade das elevações de preços sendo mais expressiva que a das reduções.

Em média, entre os produtos que apresentaram elevação de preços, a variação foi de 12,96%. E entre os itens que apresentaram redução no preço médio, o recuo foi de 3,76%. Dos 18 produtos com elevação de preços médios, 12 produtos ou 46% do total, apresentaram altas acima da variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte, calculado pela Fundação Ipead, em 12 meses (7,82%).

Os dados mostraram que os pratos e receitas típicas das festividades de final de ano e do Natal tendem a apresentar um custo médio mais elevado em 2024 em comparação com o exercício anterior.  “Com a economia crescendo, a demanda aumenta e o consumidor consegue diversificar o seu consumo”, destaca o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos.

A maior redução, conforme o estudo da Fundação Ipead, foi verificada no panetone de frutas, que passou de R$ 20,44 para R$ 18,04. O recuo no preço médio foi de 11,74%. E entre os produtos que sofreram elevação de preço médio, a maior variação foi observada no preço médio da uva-passa, que passou de R$ 2,79 para R$ 3,56, elevação de 27,6%. O preço médio da garrafa de 750 ml de espumante ficou 26,93% mais cara neste ano.

Demanda afetou preços de alguns itens

O economista da Fundação Ipead observa que vários fatores interferem na precificação dos produtos no último mês do ano, entre eles, oferta e procura, concorrência e câmbio. “O quilo da carne suína, por exemplo, ficou mais cara por causa do deslocamento da demanda, em razão da alta no preço da carne bovina que vinha acontecendo nos meses anteriores”, observa. De acordo com o levantamento, o quilo da carne suína (pernil, com osso e resfriada) teve alta de 24,02% em novembro na comparação com igual período de 2023.

“Até mesmo as mudanças climáticas impactam no preço. Foi o que aconteceu no mesmo período do ano passado, quando a alta em Belo Horizonte do azeite de oliva chegou a 42, 85%”, diz.

Ele acrescenta que o azeite de oliva, extra-virgem (garrafa de 250 ml), também registrou aumento neste ano, mas menos intenso na comparação com igual período do exercício anterior. O aumento, conforme o levantamento, foi de 21,59%.

O Brasil consome cerca de 100 milhões de litros de azeite por ano. A produção nacional corresponde a 0,6% dessa demanda, em torno de 600 mil litros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva). Devido à baixa produção na Europa, com destaque para Espanha e Portugal, o mercado doméstico acaba dependente de importações e suscetível a instabilidades externas.

Em busca de preços melhores durante o período de Black Friday, o azeite apareceu como o produto mais vendido em compras on-line entre os dias 16 e 22 de novembro, conforme levantamento feito pela consultoria Ebit/Nielsen.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Publicado em 10/12/2024 – Reportagem de Juliana Gontijo.

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