Inflação desacelera em novembro na capital mineira

Inflação teve variação de 0,22%, resultado menor em relação à quadrissemana anterior (0,44%) e também em relação ao mês anterior (0,70%)

A inflação desacelerou na capital mineira em novembro puxada pelos preços administrados, como a tarifa de energia elétrica. No período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte apresentou variação de 0,22%, ante 0,7% no mês anterior.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).

O grupo produtos não alimentares contribuiu para conter a taxa de inflação, já que apresentou recuo de 0,06%. O desempenho ocorreu devido à queda de preços médios do subgrupo produtos administrados (-1,39%).

Em termos dos produtos/serviços específicos, tinta e tarifa de energia elétrica residencial apresentaram diminuição do preço médio, respectivamente de 12,56% e 7,67%. No movimento oposto, as maiores altas foram verificadas para tapete (10,62%) e dentista (7,92%).

O economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, observa que, considerando a importância relativa de cada produto e serviço na composição do IPCA de Belo Horizonte, as principais contribuições para segurar a inflação na Capital foram provenientes da tarifa de energia elétrica residencial, com recuo de 0,26 ponto percentual (p.p.) e gasolina (-0,04 p.p.). Já as principais contribuições para a alta da inflação foram para dentista (0,07 p.p.), refeição fora de casa (0,06 p.p.) e lanche (0,04 p.p.).

Já os subgrupos habitação (0,67%) e pessoais (0,34%), apresentaram alta, ambos acelerando tanto em comparação com a prévia anterior quanto em relação ao mês anterior. E o grupo alimentação, como um todo, registrou elevação de 1,57% no custo médio em novembro, só que desacelerou tanto em relação à quadrissemana anterior (1,83%), e também em relação ao mesmo período do mês anterior (1,77%).

Santos observa que essa desaceleração ocorreu tanto pelo movimento da alimentação na residência (1,57%), como pela alimentação fora da residência (1,55%), que elevaram menos seus custos médios em relação às semanas anteriores. No decorrer deste ano, o IPCA da capital mineira teve um aumento acumulado de 7% e de 7,82% nos últimos 12 meses.

Festas de fim de ano devem pressionar a inflação na capital mineira

Santos ressalta que em dezembro existe a pressão sazonal da demanda na inflação, influenciada pelas festas típicas nesta época do ano. “Aliás, a pressão da demanda foi verificada praticamente durante todo o ano em razão do aumento do emprego e da renda, que permitiram o aumento do consumo, o que mostra que a economia está crescendo, situação atestada pelo aumento do PIB (Produto Interno Bruto)”, observa.

O economista acrescenta que a situação não quer dizer que o controle da inflação deva ser deixado de lado, já que, se os preços sobem muito, há impactos negativos, reduzindo o poder de compra do consumidor.

Apesar da pressão do consumo tradicional no último mês do ano, Santos observa que há componentes que podem ajudar a segurar o índice, como o comportamento da carne bovina, que vinha apresentando alta nos últimos três meses. “A arroba se estabilizou, dessa forma a pressão nos preços pode ser menor. E a batata deve ter uma colheita forte, o que deve ajudar a reduzir os preços. Além disso, as chuvas devem ajudar a conter o preço da energia”, analisa.

Inflação das famílias de menor renda avançou 0,1% em Belo Horizonte

Na quinta-feira (5), a Fundação Ipead também divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera apenas os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos e difere do IPCA devido às diferentes ponderações (pesos) atribuídas a cada bem e serviço nos orçamentos familiares. Consequentemente, as variações de preços afetam o IPCR de maneira distinta.

Em termos do índice geral, o IPCR subiu 0,10% em novembro, desacelerando em comparação à prévia anterior (0,61%). No mesmo período do ano anterior, o aumento do IPCR havia sido maior, com variação de 0,12%. No ano de 2024, o IPCR acumula crescimento de 7,05% e, nos últimos 12 meses, crescimento de 7,94%.

Cesta básica mais cara em Belo Horizonte

Outra divulgação da Fundação Ipead foi do custo da cesta básica, que representa o gasto médio mensal de um trabalhador adulto com alimentação, que apresentou alta de 3,67%, entre outubro e novembro de 2024 em Belo Horizonte.

Desse modo, o valor da cesta em novembro chegou a R$ 753, o maior valor nominal no ano. Em relação a janeiro deste ano, quando a cesta custava R$ 735,43, o aumento foi de R$ 18,47.

O economista da Fundação Ipead, observa que, considerando a importância relativa de cada produto, os que mais contribuíram para a elevação do custo da cesta básica foram chã de dentro, com alta de 3,93 pontos percentuais (p.p.), batata inglesa (0,84 p.p.) e pão francês (0,30 p.p.). No ano, o item com elevação mais expressiva foi o café moído (55,79%) e o item com a maior queda foi o tomate (-20,62%).

O levantamento mostrou que dos 13 itens que compõem a cesta básica, oito apresentaram alta do preço médio e cinco apresentaram diminuição. Os itens que registraram elevação no preço médio em novembro foram batata inglesa (15,59%), óleo de soja (12,04%) e chã de dentro (11,59%). Já os produtos que ficaram mais baratos foram banana caturra (-15,92%), café moído (-0,98%) e arroz (-0,92%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Publicado em 05/12/2024 por Juliana Gontijo.

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