A inflação oficial registrada em setembro foi a mais alta para o mês desde 2015, tanto em Belo Horizonte (0,37%) quanto no país (0,48%). O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos – desse mês na capital mineira foi superior também ao verificado em setembro do ano passado (0,27%). “Em 2016, a variação foi de 0,22% no mês e em 2015, a alta foi de 0,52%”, diz a coordenadora de pesquisas da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), Thaize Martins.
No mês passado, a taxa foi puxada pelos combustíveis no país e em Belo Horizonte. Os cálculos da Fundação Ipead mostram alta de 4,09% da gasolina comum. “No acumulado do ano, já ultrapassa os 20%”, observa a pesquisadora.
No levantamento nacional, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentro do grupo de transportes, os combustíveis tiveram a maior variação. Enquanto em agosto houve queda de 1,86% nesses preços, em setembro a alta registrada foi de 4,18%. Com exceção do gás natural veicular, que caiu 0,85%, todos os demais combustíveis pesquisados pelo IBGE apresentaram elevação no período.
Em setembro, a variação dos transportes foi ainda a maior desde a implantação do Plano Real, em 1994. Depois de sofrer uma queda de 1,22% em agosto, esse grupo teve, no mês seguinte, o maior crescimento entre os segmentos pesquisados, com avanço de 1,69%.
Passagens aéreas também foram destaque em setembro, com alta de 16,81% no país, ante a queda de 26,12% registrada no mês anterior.
Ainda conforme o IBGE, com exceção dos grupos de vestuário e comunicação, que tiveram, respectivamente, queda de 0,02% e 0,07%, todos os outros grupos tiveram aumento nos preços no mês de setembro.
No caso da capital mineira, ir ao dentista ficou 3,81% mais caro em setembro deste ano. Já entre as quedas está o ingresso para jogo (-12,89%) e o litro do leite pasteurizado (-5,06%).(Com agências)
Confiança
Em queda. A campanha eleitoral, preocupação com o emprego e inflação, ajudaram a reduzir o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de BH. A queda em setembro foi de 1,31%.
Índice em 12 meses passa centro da meta
Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 4,53%, um pouco acima do centro da meta de inflação do governo, que é de 4,5%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo, trata-se do maior resultado desde março de 2017, quando ficou em 4,57%. No ano, a alta chegou a 3,34%.
Na capital, conforme a Fundação Ipead, a taxa já havia ultrapassado em junho o centro da meta nos últimos 12 meses, conforme a coordenadora de pesquisas da fundação, Thaize Martins. Na ocasião, a variação foi de 5,35%.
No levantamento de setembro, em 12 meses, o índice acumula incremento de 5,25%.
No ano, a alta foi de 4,18%. “A expectativa é que o centro da meta seja ultrapassado até o fim do ano, com a pressão típica do fim de ano. Assim,a inflação ficará dentro do limite superior da meta, que é 6,5%, em Belo Horizonte”, analisa Thaize.
Nesta sexta-feira (5), a Fundação Ipead também divulgou a pesquisa da cesta básica que, segundo a coordenadora registrou a terceira queda seguida nos preços. Em setembro frente agosto, houve redução de 0,54%. O valor da cesta na capital ficou em R$ 370,13, o que equivale a 38,80% do salário mínimo.
Consumidor não pretende presentear
A maior parte dos consumidores (58,10%) não pretende presentear no Dia das Crianças, observa a coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead, Thaize Martins. A intenção de não comprar é maior do que a registrada no ano passado (56,67%) e em 2016 (53,81%).
Dentre os consumidores que pretendem presentear, o levantamento mostra que o valor dos presentes em 2018 está superior ao registrado em 2017, mas inferior ao observado em 2016. Em média, os presentes devem custar R$ 56,12 em 2018, sendo esse valor um pouco superior ao observado em 2017(R$ 50,87). “O maior valor não tem relação com a inflação, já que os brinquedos, em 12 meses, estão 3,78% mais baratos”, diz.
Ouça o áudio da entrevista clicando abaixo:
Fonte: O Tempo – Publicado em 06/10/2018.