Apesar das sucessivas quedas, cesta básica está R$ 30 mais cara que 12 meses atrás e ainda custa metade de um salário mínimo
O custo da cesta básica, que representa o gasto médio de um trabalhador adulto com alimentação, ficou 1,27% mais barato, entre março e abril de 2024, em Belo Horizonte. A cesta está em R$ 719,5, o equivalente a 50,96% do valor de um salário mínimo. Apesar da queda, em 12 meses, a cesta básica ficou R$ 30,36 mais cara. Em 2024, o gasto com alimentos ainda registra alta acumulada de 3,77%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em BH, que mede a inflação, apresentou alta de 0,24% em abril de 2024, desacelerando em relação a março, quando registrou alta de 0,52%. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), que considera os gastos das famílias com renda de até 5 salários mínimos, acelerou e experimentou alta de 0,28% em abril (em março havia registrado alta de 0,18%).
Cesta básica
Segundo o Ipead, em março, oito dos 13 itens que compõem a cesta básica apresentaram queda do preço médio e os outros cinco apresentaram elevação. A queda da cesta foi puxada principalmente pela banana caturra (-24,26%), feijão carioquinha (-8,38%) e leite (-3,03%).
Já os itens que ficaram mais caros foram tomate (21,53%), café moído (7,77%) e óleo de soja (2,94%). Considerando a importância relativa de cada produto, os que mais contribuíram para a queda de 1,27% do custo da cesta básica em BH foram Banana caturra (-2,51 p.p.), Feijão carioquinha (-0,47 p.p.) e Chã de dentro (-0,37 p.p.).
Veja lista de produtos e suas variações:
Produto / variação em abril
- Banana caturra / -24,26%
- Feijão carioquinha / -8,38%
- Chã de dentro / -1,20%
- Leite / -3,03%
- Batata inglesa / -2,15%
- Arroz / -2,85%
- Farinha de trigo / -1,82%
- Açúcar cristal / -0,18%
- Óleo de soja / 2,94%
- Manteiga / 1,18%
- Pão francês / 0,77%
- Café moído / 7,77%
- Tomate / 21,53%
IPCA e IPCR
O item que puxa a elevação do IPCA em abril é o grupo Alimentação que, como um todo, apresentou alta de 1,01% no custo médio em abril. Dentro desse grupo, destaca-se alta de preço nos Alimentos in natura (3,65%). Por outro lado, os Alimentos em elaboração primária apresentaram a terceira queda semanal consecutiva (-0,34%), contribuindo para conter a elevação do custo geral da Alimentação.
Já em relação à contribuição de produtos específicos para a alta do IPCR, os preços da gasolina comum (3,85%), do aluguel residencial (1,73) e do tomate (21,48%) foram os maiores destaques.
Fonte: Jornal O Tempo – caderno de Economia – Publicado em 07/05/2024 – Reportagem Raissa Pedrosa.