Confiança do Consumidor registra forte queda em Belo Horizonte

O ICC-BH registrou 40,23 pontos em abril, a menor pontuação no indicador desde maio de 2023

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A redução foi influenciada pela queda na percepção da população em relação à economia do país | Crédito: DIÁRIO DO COMÉRCIO / Arquivo / Alessandro Carvalho

A confiança do consumidor belo-horizontino apresentou forte queda em abril. De acordo com a Fundação Instituto de pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) registrou 40,23 pontos, representando queda de 4,98% frente ao mês anterior.

Essa é a pontuação mais baixa desde maio do ano passado, quando foram registrados 39,31 pontos. O indicador também recuou 8,11% no acumulado de 2024 e caiu 1,17% nos últimos 12 meses.

O economista do Ipead, Diogo Santos, destaca que a queda acentuada demonstra uma mudança de percepção da população, principalmente, em relação à situação econômica do Brasil. “O fato de ter sido o menor valor desde maio do ano passado reforça essa característica de que é uma mudança notável e não apenas uma flutuação pequena”, avalia.

Ele reforça que a população já percebeu a interrupção na melhora dos níveis dos preços que ocorreram ao longo de 2023. E relata que a inflação continua aumentando e impactando, principalmente, as famílias mais pobres, uma vez que o custo com alimentação é responsável por grande parte dos gastos desse público.

Como foi apontado pelo economista, o resultado negativo do ICC-BH, observado na comparação mensal, está ligado à piora na percepção da população em cinco dos seis componentes do estudo, principalmente naqueles relacionados à expectativa econômica.

Inflação preocupa

A inflação foi a categoria com maior redução no Índice de Expectativa Econômica do País (IEE), com queda de 14,06% frente a março deste ano. Seguido pela Situação Econômica do País (-10,95%) e Emprego (-10,57%). Dessa forma, o indicador de expectativa econômica recuou 11,56% no período. Vale dizer que todos os grupos ficaram abaixo dos 50 pontos. Com isso, a avaliação da população sobre a inflação se encontra agora em 25,59 pontos, o emprego em 34,43 pontos e a situação econômica do País em 29,19 pontos.

O economista explica que a queda observada na percepção de emprego não significa fase de piora geral no mercado de trabalho. Pelo contrário, está mais relacionado a uma estabilidade após um período de resultados positivos. “O mercado de trabalho tem melhorado, só houve desaceleração e estagnação no desempenho”, reforça.

Já em relação ao Índice de Expectativa Financeira da Família (IEF), o único componente a registrar variação positiva foi a Situação Financeira da Família Atual, com alta de 3,33% na comparação com o mês anterior. Os demais fecharam abril em queda: Situação Financeira da Família em relação ao passado (-4,82%) e Pretensão de Compra (-4,27%).

Santos lembra que o indicador ligado à situação atual das famílias já vem apresentando resultados melhores desde o ano passado, o que está ligado a fatores como o aumento do emprego e a redução da inflação. “O aumento do emprego faz com que as famílias possam equilibrar melhor o orçamento e aumentar sua renda. Então elas passam a conseguir controlar as despesas e deixar menos contas atrasadas”, completa.

O bom desempenho apresentado pela percepção quanto à situação atual das famílias contribuiu para manter o saldo positivo quanto à expectativa financeira, com avanço de 0,21%. Além disso, tanto a situação financeira atual das famílias quanto a situação em relação ao passado registraram mais de 50 pontos no índice da capital mineira, marcando 58,84 pontos e 53,3 pontos, respectivamente. Já a pretensão de compra fechou a 36,91 pontos.

Santos ressalta que o resultado negativo apresentado pelo ICC-BH de abril não necessariamente aponta para tendência de queda nos próximos meses. Isso porque estamos passando por uma fase de fomento do crescimento da economia; além da queda da taxa de juros, que irá favorecer o consumo por parte das pessoas e os investimentos por parte das empresas.

Intenção de compra em Belo Horizonte

O estudo realizado pelo Ipead também trouxe os grupos de bens e serviços com maiores pretensões de compras entre os consumidores belo-horizontinos. Neste caso, o grupo que liderou o ranking foi o de Vestuários e Calçados (16,51%); seguido pelos Eletrodomésticos, com 10,38% das indicações.

Na divisão por gênero, a proporção de mulheres com intenção de compra nos meses seguintes foi um pouco menor em comparação a dos homens, com 74,57% contra 75,68%, respectivamente. Em ambos os casos, o grupo de Vestuários e Calçados foi o mais citado, com a preferência de 16,67% das mulheres e de 16,36% dos homens.

Outras opções de compra entre as mulheres são os Eletrodomésticos (13,64%) e Móveis (9,09%). Já entre os homens, os outros itens citados são: Eletrônicos (9,8%) e Veículos (8,82%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Reportagem Leonardo Leão – Publicado em 30/04/2024.

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