Consumidor de Belo Horizonte deve comprar mais neste Natal

Índice de pretensão de compras do Ipead atingiu o maior nível desde 2015

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Pesquisa da Ipead aponta que 37,16% dos consumidores pretendem gastar mais neste ano | Crédito: Alessandro Carvalho

No que depender do consumidor, o comércio de Belo Horizonte terá um período natalino mais aquecido este ano do que em 2022. É o que mostra a pesquisa Pretensão de Compra para o Natal, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). Dos entrevistados, 70,97% pretendem fazer compras nessa época, 12,9% a mais que no ano anterior. É o maior percentual desde 2015.

Além disso, houve aumento considerável no percentual que pretende gastar o mesmo valor no presente natalino que ano passado: de 27,43% em 2022, para 39,86% em 2023. Os que pretendem gastar mais representam 37,16%. Apenas 17,57% dos respondentes da pesquisa gastarão menos.

Segundo o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, a população vive uma fase de melhoria gradual nos aspectos econômicos, que amplia suas possibilidades de consumo. “Está ocorrendo uma melhora no nível de emprego, acompanhada por uma melhora no rendimento médio recebido pelas famílias. Em segundo lugar, a inflação este ano está em patamar mais baixo que ano passado. A inflação dos alimentos foi menor este ano e abre espaço para famílias planejarem melhor seus gastos”, disse.

O economista também ressalta que, apesar do endividamento das pessoas estar em um patamar alto, há uma tendência de redução moderada. Isso possibilita que as famílias voltem a ter espaço no orçamento para gastos não obrigatórios.

Sobre o crescimento na parcela que pretende manter o mesmo gasto que em 2022, o economista conta que é resultado de uma percepção geral de melhora econômica, mas ainda não é de crescimento expressivo. “Ou seja, os consumidores mantêm a cautela com os gastos, apesar da melhora no cenário econômico, pois esta melhora é ainda vista como moderada”, considera Santos.

Confiança do consumidor de Belo Horizonte melhora próximo ao Natal

Após duas quedas consecutivas, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) cresceu 0,75% em novembro frente ao mês anterior e atingiu a marca de 41,96 pontos. O indicador foi impactado pela percepção de evolução da situação econômica do País, por uma estabilidade da inflação, e melhora da situação financeira das famílias. O ICC-BH também é calculado pela Fundação Ipead.

O índice é composto por dois grupos de componentes, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) e o Índice de Expectativa Financeira (IEF). Eles se subdividem em outros três itens cada, sendo que desses seis, quatro foram positivos no mês, o que ajuda a explicar o resultado geral.

O item inflação foi o que teve a maior variação positiva, de 6,67%, seguido por situação econômica do País (5,85%) e situação financeira atual da família (4,97%). As percepções sobre os subgrupos pretensão de compra e emprego foram as únicas variações negativas, com, respectivamente, quedas de 8,19% e 8,93%.

No caso dos componentes principais, o IEE teve uma redução de 0,33% em novembro, enquanto o IEF registrou uma alta de 1,51%. Em 2023, o primeiro apresenta um recuo de 10,81%, enquanto o segundo tem um crescimento de 0,87%. O indicador final acumula uma retração de 4,15%.

Recuperação econômica

Embora continue abaixo dos 50 pontos, o que simboliza um pessimismo dos consumidores, essa foi a primeira alta após duas quedas consecutivas do índice. Diogo Santos explica que o País está em recuperação econômica, mas o crescimento da economia é desigual entre os setores, portanto, também desigual na sociedade.

“Por um lado, a população percebe que alguns fatores estão melhores que no passado, como a situação financeira familiar e a inflação e, por outro lado, ainda percebe insegurança em relação ao emprego. Portanto, a população e os consumidores ainda apresentam um comportamento condizente com essa recuperação econômica, isto é, percebe alguma melhora, mas prefere manter a cautela com o padrão de gasto”, explica o economista.

Ele acredita que há uma tendência mais positiva para o futuro, principalmente por conta do ciclo de quedas da taxa de juros pelo Banco Central (BC). Além disso, o aumento dos investimentos públicos e privados podem gerar um efeito em cadeia de geração de emprego.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 01/12/2023 por Marco Aurélio Neves.

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