Um levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que menos pessoas vão receber o 13º salário em Belo Horizonte. Neste ano, 49,52% dos entrevistados responderam que vão ter a gratificação natalina e 50,48% disseram que não. Os números de 2023 são um pouco menores em relação ao ano passado, quando 51,9% declararam que iriam receber a quantia e 48,1% afirmaram que não.
De acordo com o economista Diogo Santos, essa redução pode estar relacionada a alguns fatores. “O recebimento do 13º salário está diretamente ligado à parcela de pessoas que estão empregadas sob o regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A pesquisa está indicando que, em BH, outras formas de contratação, como via microempreendedor individual (MEI), trabalhadores sem carteira assinada ou por conta-própria podem ter crescido mais rapidamente que as contratações formais neste ano”.
Ainda segundo a pesquisa, 21,15% dos entrevistados destinarão a gratificação para o pagamento de contas atrasadas, quitar dívidas (cartão de crédito, cheque especial, financiamentos, entre outros). Na sequência, 16,35% disseram que vão poupar para outros fins ou viajar. Não sabe (13,46%) e realizar investimentos financeiros (11,54%) também foram lembradas.
Para Santos, a opção de quitar as dívidas atrasadas é um sinal de que as famílias já incluem o 13º salário como variável fundamental de seu planejamento financeiro no final do ano. “É como se o dinheiro servisse para ajustar as dívidas que se acumularam ao longo dos meses ao orçamento disponível. Isso é importante para se preparar para as despesas típicas do início de ano”.
Segundo o economista, com o pagamento do 13º salário, diversos setores acabam se beneficiando pelo aumento da demanda de consumo. “O final de ano reúne várias festividades, como o Natal e o impacto da gratificação se espalha por diferentes setores. Quanto mais mercadorias são produzidas e vendidas, e serviços são prestados, maior será a arrecadação de impostos. Mas este é um efeito temporário”, conclui.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 87,7 milhões de pessoas devem receber o benefício em 2023, gerando uma injeção de R$ 291 bilhões na economia brasileira, representando 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em média, cada trabalhador deve receber R$ 3.057.
Fonte: Jornal Edição do Brasil – Publicado em 17/11/2023 por Paulo Henrique Pereira.