Apesar da alta, variação ficou menor que setembro, quando o IPCA em BH subiu 0,80%, segundo a Fundação Ipead
Em outubro, o crescimento da inflação em Belo Horizonte desacelerou. No mês, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 0,46%. Apesar da alta, a variação do índice foi bem menor que em setembro, quando o IPCA avançou 0,80%. Com o resultado, impulsionado, principalmente, pela alta dos alimentos, o índice acumula 5,67% neste ano, enquanto nos últimos 12 meses a alta é de 7,06%.
De acordo com o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Diogo Santos, o IPCA iniciou outubro com elevação significativa, mas, em meados do mês, começou a arrefecer.
“Em outubro, a inflação em Belo Horizonte cresceu, mas fechou com uma alta bem menor que em setembro. Isso tem demonstrado que apesar das oscilações, estamos caminhando para processo de inflação mais baixa”.
Conforme a pesquisa da Fundação Ipead, no mês, a alta do IPCA foi provocada, principalmente, pelo aumento do preço médio dos itens refeição fora de casa, que subiu 1,79%, e também pelo automóvel novo, com variação positiva de 1,47%.
Alimentos puxam IPCA em Belo Horizonte
O grupo Alimentação apresentou alta de 1,6% em outubro. A alta foi a quinta consecutiva. Esta elevação se explica, principalmente, pela variação de 1,84% no subgrupo Alimentação na residência.
As principais contribuições para essa alta vieram de alimentos in natura, que registraram um crescimento de 3,82% e alimentos industrializados, com alta de 2,08%. Apesar do aumento no mês, no ano, o subgrupo Alimentação na residência acumula queda de 1,14% no IPCA.
“Um dos itens que apresentou alta e tem peso muito grande na composição do IPCA são os alimentos, que ainda não retornaram para a tendência de queda. Então, desde meados do ano, a alimentação voltou a ser o grupo que mais tem pressionado o crescimento do IPCA na Capital”.
Queda do desemprego eleva demanda por alimentos
Ainda segundo Santos, a alta dos alimentos pode ser justificada por alguns fatores, como sazonalidade de oferta, queda do desemprego e recuperação da renda das famílias.
“Estamos vivendo um período em que a demanda pelos alimentos tem aumentado. Isso é resultado da queda do desemprego e início da recuperação da renda média das famílias, que, por sua vez, estão começando a reduzir endividamento e tendo a percepção de que a renda está melhorando. Então, quando cresce a renda e o emprego, os itens de alimentação são os primeiros que as famílias passam a comprar mais. Dessa forma, há uma contribuição para a alta dos preços e impacta no IPCA”.
Demais grupos
Ao longo de outubro, a inflação de Belo Horizonte também foi influenciada pelo grupo Produtos não alimentares, que apresentou alta, 0,24%. Conforme a pesquisa do Ipead, o subgrupo Habitação aumentou 0,8%, tendo como destaque principal o item artigos de residência, 0,85%.
Ao mesmo tempo, o subgrupo Pessoais teve um aumento médio nos preços de 0,36%. A maior alta foi verificada em vestuário e complementos, 0,71%.
Já o subgrupo Produtos Administrados, em outubro, apresentou a segunda queda, 0,41%. A influência veio, principalmente, dos preços da passagem aérea, que caiu 23,99%.
Variações de produtos
Em relação à contribuição de produtos específicos para a variação do IPCA, os que mais contribuíram para a alta da inflação em Belo Horizonte foram a refeição fora de casa, com alta de 1,79%, e o automóvel novo, 1,47%. Os itens foram seguidos também pelo aluguel residencial, 1,43% e blusa feminina, com variação positiva de 16,48%.
No sentido contrário, os produtos que impediram uma maior elevação da inflação foram a Passagem aérea, com queda de 23,99%, seguida, então, pelo leite, 3,24%, cerveja em bares, 4,78%, e seguro voluntário de veículos, 0,91% de queda.
