O evento também poderá gerar cerca de R$ 12 milhões em impostos para o Estado em 2024
A provável realização de uma etapa da Stock Car Pro Series em Belo Horizonte poderá gerar um impacto entre R$ 215 milhões e R$ 284,6 milhões ao longo de cinco anos. De acordo com cálculos realizados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
No dia 15 deste mês, a Vicar, promotora da principal categoria automobilística do Brasil, anunciou um acordo firmado com as empresas Speed Seven e DM Corporate para a promoção do GP de Belo Horizonte nos próximos cinco anos. Caso tudo aconteça dentro do planejado, a primeira corrida na capital mineira ocorrerá no dia 18 de agosto de 2024, nos arredores do estádio do Mineirão, na região da Pampulha.
De acordo com a Fiemg, são esperados entre 30 e 70 mil espectadores nos dias do evento. Esse público deve realizar gastos que podem chegar até R$ 122 milhões durante o período previsto no acordo. Isso representa cerca de R$ 24,3 milhões por edição gastos em alimentação, transporte, dentre outros.
Ao realizar o estudo, a federação dividiu o impacto da inclusão de Belo Horizonte no calendário da Stock Car em duas categorias: Pré-evento e Durante o evento.
Para o pré-evento, a previsão é de mais de R$ 163 milhões em investimentos voltados para sua preparação. O montante deve impactar, principalmente, setores ligados à montagem de estruturas, segurança, dentre outros serviços. O valor deve ser utilizado na contratação de profissionais e serviços além da realização dos trabalhos de adequação de pistas.
Já o impacto gerado durante o evento está relacionado ao consumo potencial do público com alimentação, transporte, hospedagem e outros serviços. Nesse caso, os resultados podem variar conforme a quantidade de espectadores.
Quanto aos serviços ligados à alimentação e transporte, estes podem sofrer um impacto que varia entre R$ 33 milhões, caso o número de ingressos vendidos por edição seja de 30 mil, e R$ 77 milhões, em caso de 70 mil ingressos. Já os serviços de hospedagem podem se beneficiar com adicional de até R$ 44,7 milhões.
Resultados socioeconômicos
A Fiemg também realizou uma análise do impacto socioeconômico do evento na capital mineira. Os resultados foram divididos por regiões.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o evento pode impactar na geração de até 6 mil empregos formais e informais nos próximos cinco anos. A massa salarial gerada varia entre R$ 94,3 milhões e R$ 122,8 milhões, o equivalente ao pagamento do Bolsa Família de 3 mil famílias durante cinco anos. O faturamento total poderia alcançar a marca de R$ 468,6 milhões e a arrecadação de impostos líquidos na região ficaria entre R$ 16 milhões e R$ 22 milhões.
Já em Minas Gerais, o número de empregos gerados seria de aproximadamente 7 mil novas vagas e a massa salarial poderia chegar até R$ 131,2 milhões. Além disso, o Estado poderia registrar um incremento de até R$ 24,6 milhões nos cofres públicos. O bastante para custear mais da metade dos gastos na construção da bacia de contenção de enchentes no córrego Ferrugem, em Contagem, na Grande BH.
A entidade ainda reforça os benefícios após a realização do evento, que são difíceis de ser mensurados. Dentre eles, está o aumento potencial turístico, por meio da exposição da cidade na mídia geral e especializada, além da entrada da cidade no calendário do automobilismo brasileiro e a valorização do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, contribuindo para sua preservação como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Stock Car pode impactar o PIB de BH
A realização de uma etapa da Stock Car Pro Series em Belo Horizonte deve impactar em até 0,08% no Produto Interno Bruto (PIB) da Capital em 2024. É o que aponta uma estimativa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
Dessa forma, o PIB da capital mineira decorrente da presença da Stock Car será maior que o PIB Mensal de 362 cidades de Minas ou 42% dos 853 municípios mineiros em 2020.
O estudo do Ipead revela ainda que o Estado arrecadaria o equivalente a R$ 12 milhões em impostos com as atividades econômicas geradas pelo evento no ano que vem. Desse total, espera-se que aproximadamente R$ 8 milhões possam ser recolhidos em Belo Horizonte.
Investimentos e gastos do público
Durante a realização do levantamento, os pesquisadores da fundação também estimaram quanto será gasto pelo público no GP de Belo Horizonte do próximo ano. Eles levaram em consideração a presença de 100.000 pessoas durante os quatro dias de evento.
De acordo com o estudo, para cada R$ 1,00 gasto pelo público na compra de entradas, camarotes, alimentação e possíveis outros serviços no espaço oficial do evento, outros R$ 7,10 serão gastos fora dele. Esse cálculo foi desenvolvido pelo Ipead a partir de experiências com eventos e projetos anteriores.
A estimativa do Ipead é de que R$ 87 milhões deverão ser gastos pelo público, especialmente na Capital e região metropolitana. Os setores que aparecem como os principais destinos desse montante são: Transporte, Hotelaria e Alimentação.
Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Reportagem Leonardo Leão.