Inflação tem recuo pelo segundo mês consecutivo em BH

Recuo da inflação na capital mineira foi de 0,30% em agosto, segundo o Ipead. Queda foi maior que a registrada em julho (0,22%) 

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Preços dos alimentos in natura tiveram diminuição de 2,83% em agosto, segundo o Ipead | Crédito: Charles Silva Duarte

A inflação na capital mineira recuou pelo segundo mês consecutivo. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte registrou queda de 0,30% em agosto, conforme levantamento divulgado na quarta-feira (6) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). Em julho, o IPCA teve recuo de 0,22%.

“Em agosto, se destaca a consistência da redução do custo da alimentação na residência, que veio caindo semana após semana”, observa o economista da entidade, Diogo Santos. Esse subgrupo registrou queda de 1,11% na comparação com o mês anterior. A principal contribuição provém do subgrupo alimentos in natura, que experimentou uma diminuição de 2,83%.

Conforme o levantamento, o grupo alimentação, como um todo, apresentou queda de 0,40%. Já o maior aumento na quarta quadrissemana de agosto foi de 3,15% em bebidas em bares e restaurantes, item que compõe o grupo alimentação fora da residência. 

O economista destaca que o subgrupo pessoais registrou variação negativa, marcando a segunda queda consecutiva, com destaque principal para as excursões (-6,07%). Outro destaque foi a redução da tarifa de ônibus urbano (-6,44%), que continuou a puxar o IPCA para baixo na quarta quadrissemana (período de 1 a 31 de agosto de 2023).

No decorrer deste ano, o IPCA,  que abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, de Belo Horizonte, registrou um aumento acumulado de 4,35%, enquanto nos últimos doze meses a alta atingiu 6%.

IPCR

No mesmo período, o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos, experimentou uma queda de 0,59%.

Na comparação com julho, o IPCR de BH diminuiu o ritmo de queda, passando de uma variação de -1,48% para os atuais -0,59%. No ano de 2023, o IPCR acumulou um crescimento de 2,98%, com um aumento nos últimos 12 meses de 4,90%.

Juros

Além da pesquisa sobre a inflação, o Ipead também divulgou na quarta-feira (6) a pesquisa mensal sobre taxas de juros praticadas em Belo Horizonte. O levantamento revelou que a maioria das taxas médias praticadas para pessoa física no mês de agosto registrou queda em relação ao mês anterior e as taxas de captação, ou seja, os juros pagos pelos bancos aos correntistas e investidores tiveram alta, em sua maioria.

Das 15 taxas médias de juros cobradas pelos bancos nas operações com pessoas físicas no mês de agosto, nove apresentaram queda em relação ao observado no mês anterior.

O cartão de crédito rotativo, tipo de operação com maior taxa média de juros, apresentou queda de 4,6% em agosto, atingindo assim 13,47% ao mês (taxa média). A maior chegou a 16,28% e a menor, a 9,23%.

Para operações voltadas para pessoas jurídicas, das quatro taxas médias de juros cobradas pelos bancos nas operações com pessoas jurídicas, três apresentaram queda em relação ao mês anterior.

Para o economista do Ipead, as reduções observadas refletem a queda da Selic, que aconteceu em agosto, bem como a tendência de redução da taxa nas próximas reuniões, além do impacto da inflação mais controlada. “Com isso, há espaço para os bancos começarem seus movimentos concorrenciais de disputa de mercado, com quedas nas suas taxas”, diz.

Ele observa que não são todas as taxas que apresentaram quedas e que o ritmo da redução é diferente. “Assim, é necessário observar se o recuo vai de fato se consolidar e se espalhar pelas demais operações”, finaliza.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – editoria de Economia –  Publicado em 07/09/2023 por Juliana Gontijo.

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