Índice medido pela Fundação Ipead subiu 2,6% em julho e chegou a 42,17 pontos; otimismo deve aquecer o mercado no Dia dos Pais
O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) subiu pelo segundo mês consecutivo, após registrar três quedas seguidas. Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o indicador fechou julho em 42,17 pontos, uma alta de 2,6% em relação a junho (41,10 pontos). Esse foi o maior valor no ano e o segundo maior nos últimos 13 meses, em uma escala que varia de 0 a 100 pontos.
O ICC-BH é composto por dois grandes grupos, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) e o Índice de Expectativa Financeira (IEF). Esses componentes se subdividem em outros três itens cada, sendo que desses seis, cinco foram positivos no mês, o que ajuda a explicar o resultado geral. O item pretensão de compras foi o que teve a maior variação, de 6,02%. O único negativo foi o subgrupo inflação, que registrou uma queda de 0,44% no período.
No caso dos componentes principais, ambos subiram em julho. O IEE teve uma elevação de 1,42% e o IEF de 3,39%. Em 2023, porém, o primeiro apresenta um recuo de 10,2%, enquanto o segundo tem um crescimento de 1,22%. O indicador final acumula uma retração de 3,69%.
Segundo o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, essa diferença entre os índices de expectativa financeira e expectativa econômica apurado no ano, tem a ver com a melhora de percepção das famílias com a atual situação financeira. Conforme ele, a diminuição do desemprego possivelmente vem ajudando os consumidores a equilibrarem o endividamento, abrindo espaço para uma ampliação da intenção de consumo.
Justamente sobre a pretensão de compras, a pesquisa mostrou que os consumidores belo-horizontinos pretendem consumir nos próximos três meses, principalmente vestuário e calçados (21,43%), veículos (10,48%) e móveis (9,05%) aparecem na sequência (9,05%). Santos salienta que, no caso dos automóveis, a intenção de consumo também havia crescido em junho, impulsionada pelos subsídios do governo federal que baratearam os produtos.
Dia dos Pais deve aquecer o comércio
O avanço da confiança das famílias deve aquecer o comércio no Dia dos Pais, celebrado no dia 13 de agosto. Outra pesquisa realizada pela Fundação Ipead, que mediu a pretensão de compra dos consumidores da Capital para a data, apontou que 47,6% das pessoas pretendem presentear. Embora o número seja menor em detrimento daqueles que não têm a intenção de comprar, houve um crescimento de 5,26% em relação à 2022 e foi o percentual mais alto desde 2018.
Do mesmo modo, dentre os consumidores que pretendem comprar, o valor médio dos presentes a serem adquiridos subiu frente ao ano passado. Neste ano, o ticket médio estimado é de R$ 125,63, um aumento de 14,4%. A faixa de presentes mais citada por 55% dos entrevistados é de até R$ 150. Com relação ao tipo de produto a ser escolhido, a maioria pretende comprar roupas (53%), seguido por calçados (26%), acessórios (25%) e cosméticos (21,00%).
“Uma pergunta que fizemos aos consumidores é sobre a forma de compra: presencial ou on-line. Isso foi importante porque, se a maioria das pessoas comprar pela internet, o efeito do Dia dos Pais não fica totalmente no comércio local”, afirmou o economista.
“A pesquisa mostra que metade das pessoas ainda pretende comprar presencialmente, mas a participação daquelas que pretendem comprar pela internet foi de 29%, ou seja, quase um terço. Pode ser que, ao comprar pela internet, a loja seja de Belo Horizonte ou da região metropolitana, mas via de regra vai ser uma loja de outra região ou até de outro país”, completou.