Inflação desacelera em BH, com alta de 0,35%

Indicador divulgado pela Fundação Ipead avançou 0,35% em junho, ante uma alta de 0,44% apurada no mês anterior

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Reajuste das tarifas de energia elétrica e dos planos de saúde foram as maiores contribuições para a inflação de junho em BH | Crédito: Marcello casal jr / Agência Brasil

A inflação em Belo Horizonte encerrou junho com alta de 0,35%. Apesar do aumento, a variação foi menos expressiva que a registrada no mês imediatamente anterior, quando a alta foi de 0,44%. No sexto mês do ano, o aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi puxado, principalmente, pelos reajustes nas tarifas de energia elétrica residencial, 14,92%, e dos planos de saúde, 9,63%.

No sentido oposto, as medidas do governo federal para reduzir o preço do automóvel novo fizeram com que o valor recuasse 0,27% em junho. A gasolina, apesar das variações ao longo do mês, encerrou com queda de 1,35%.

Segundo a pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), a inflação na Capital acumulou alta de 4,89% no primeiro semestre e de 5,11% nos últimos 12 meses.

De acordo com o economista do Ipead Diogo Santos, a inflação em Belo Horizonte, apesar das oscilações constantes, vem mostrando sinais de desaceleração, movimento em sintonia com o IPCA do Brasil.

“Nós tivemos um repique em junho, com um crescimento da inflação no final do mês ligado, principalmente, ao reajuste dos planos de saúde e também da tarifa de energia elétrica. Ainda assim, apesar desta subida, o índice de junho, 0,35%, ficou abaixo do registado em maio, que havia subido 0,44%”.

Em termos de participação de produtos, o aumento de 14,92% na tarifa de energia elétrica e de 9,63% no plano de saúde puxaram o IPCA para cima em 0,40 e 0,35 pontos percentuais. Também foram registradas altas importantes em casamento, 4,73%, bijuteria, 17,45%, e refrigerante em supermercados, 4,37%.

Ainda segundo o economista do Ipead, o aumento em menor escala da inflação é positivo e a tendência, até o momento, é de desinflação em agosto.

“A desaceleração do crescimento da inflação é um bom sinal, que pode se acentuar no próximo mês, quando o índice irá captar o impacto da redução da tarifa de transporte urbano, que voltou para R$ 4,50”.

Os dados do Ipead mostram que dentre os 11 grupos que compõem o IPCA, os maiores aumentos em junho foram de 4,11% em Vestuário e complementos, de 3,28% em Saúde e cuidados pessoais e de 1,07% em Produtos administrados.

Já as maiores quedas ocorreram em Bebidas em bares e restaurantes, com retração de 4,02%; Alimentos elaboração primária, 2,88%; Alimentos in natura, 2,19%; e Artigos de residência, com redução de 1,67%no período.

O grupo alimentação apresentou queda de 0,82% em comparação com o mês anterior e alta de 0,66% e 5,83%, no ano e nos últimos 12 meses, respectivamente.

“A tendência de redução do custo da alimentação se confirmou ao longo de junho, é outro ponto positivo. A gente já vinha observando uma queda, semana após semana, no custo da alimentação na residência, mas, a redução também tem ocorrido na alimentação fora da residência, em bares e restaurantes. Ou seja, de modo geral, o custo da alimentação está diminuindo na Capital”.

Dentre os produtos que contribuíram para frear o aumento da inflação em Belo Horizonte, destaque para automóvel novo, que apresentou queda de 5,59% no preço, e a gasolina, com retração de 1,35% no mês. A telefonia fixa ficou 4,36% mais barata, seguida pela refeição fora de casa, 0,82% de queda, e móvel para sala, com redução de 4,60%.

“Em junho, o preço dos automóveis também caiu, mostrando que o programa do governo apresentou alguma efetividade. Outra redução importante foi no valor da gasolina comum, que apesar do sobe e desce dos preços ao longo do mês, encerrou o período com queda, ajudando a segurar a inflação. É importante ressaltar que o valor da gasolina mesmo acima de R$ 5 por litro, agora, já está com todos os impostos inclusos. O preço é equivalente ao praticado em setembro e outubro do ano passado, quando a tributação estava reduzida”.

Cesta básica

O valor médio da cesta básica, em Belo Horizonte, voltou a cair em junho. De acordo com os dados do Ipead, o custo da cesta básica, que representa o gasto médio de um trabalhador adulto com alimentação, apresentou variação negativa de 2,63%, entre maio e junho. O valor da cesta ficou em R$ 682,82, o equivalente a 51,73% do valor de um salário mínimo.

Segundo a pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), no primeiro semestre, o custo da cesta básica acumulou queda de 4,03%, mas, nos últimos 12 meses, ainda acumula alta de 0,33%.

Economista do Ipead, Diogo Santos explica que o valor da cesta básica em junho foi o menor valor desde setembro de 2022.

“Tivemos quedas importantes em itens bastante consumidos, como o chã de dentro, feijão carioquinha e tomate”.

Os dados do Ipead mostram que os itens com maior variação negativa no preço médio no mês foram o feijão carioquinha, com retração de 14,04%; óleo de
soja, 9,71%; e tomate 6,62%. Também foi verificada queda no valor do chã de dentro, 4,67%; e manteiga, 3,40%.

Já as maiores altas foram observadas na batata-inglesa (11,72%), leite pasteurizado (2,10%) e farinha de trigo (1,61%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 07/07/2023 por Michelle Valverde.

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