O IPCA geral, para toda a população, foi de 0,27% no mês de abril, um crescimento bem menor do que o observado nos meses anteriores
Por causa do aumento das passagens de ônibus em Belo Horizonte, a inflação foi maior, entre março e abril, para as famílias que recebem entre 1 e 5 salários mínimos na cidade. O cálculo é da fundação Ipead, da UFMG, que acompanha o índice de preços ao consumidor amplo da capital mineira.
O IPCA geral, para toda a população, foi de 0,27% no mês de abril, um crescimento bem menor do que o observado nos meses anteriores. Para a população mais pobre, porém, o aumento do custo de vida foi de 0,68%. Isso ocorreu porque, para esta faixa do público, o preço do transporte público tem um peso maior, compondo 6,84% da inflação.
Apesar desse aumento, o economista do Ipead, Diogo Santos, aponta que o resultado representa uma desaceleração em relação aos resultados anteriores.
“Nesse mês de abril a inflação em Belo Horizonte, captada pelo IPCA, calculada pelo Ipead, cresceu 0,27%, o que representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, porque em março a inflação na capital havia subido 1,24%. O que tem contribuído para essa desaceleração da inflação é, entre outros fatores, o custo da alimentação na residência, que acumula uma queda neste ano de 0,31%”, explica.
O gasto com alimentação caiu porque a cesta básica ficou mais barata, pelo terceiro mês seguido. Em abril, o curso chegou a 689 reais na capital.
“Para se ter uma ideia, no início do ano em janeiro, o custo da cesta básica era de R$ 715, esse valor atual é o menor desde outubro do ano passado, estamos percebendo que, desde início de 2022, o preço da cesta básica está oscilando em torno de R$ 700, com essa tendência de queda agora nos últimos meses. Entre os itens da cesta básica que mais contribuíram para essa contínua redução do curso da cesta básica no mês de abril foram justamente itens como o feijão carioquinha, o tomate, o óleo de soja, chã de dentro, a banana caturra”, salienta, o economista.
Outro destaque foi a gasolina, que baixou pela primeira vez no ano. A queda foi de 1,89% em relação ao mês passado.
“Devemos acompanhar para as próximas semanas e os próximos meses se essa tendência vai se manter e como esse preço vai se espalhar pelos demais setores da economia, uma vez que o custo com combustível é um custo que compõe a maioria das atividades da cidade”, completa.