Produtos para a Páscoa estão mais caros na Capital

Ovos de chocolate subiram 17,69% em média neste ano; bacalhau e peixes também apresentaram elevação, de 13,15% e 7,41%, respectivamente

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Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo Diário do Comércio

preço médio dos ovos de Páscoa subiu 17,69% em 2023, na comparação com o ano anterior, enquanto a inflação no período foi de 6,38%. Já o valor do bacalhau apresentou uma elevação de 13,15% e dos peixes um crescimento de 7,41%.

De acordo com dados divulgados na sexta-feira (31) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O gerente de pesquisas do Ipead, Eduardo Antunes, explica que existem vários fatores que acabaram impulsionando a elevação nos valores dos ovos de Páscoa. Dentre eles, está a alta procura somada à baixa disponibilidade do produto e a grande demanda por cacau que resultou em uma elevação nos custos da matéria prima de 12% a 15%, dependendo do produto.

Antunes lembra que após passar por um período de muitas dificuldades durante a pandemia, os comerciantes estão agora em busca de recuperar o que foi perdido. “O mercado ainda está se ajustando”, ressalta. Ele também destaca que aumentos como estes são mais difíceis de prever, pois quando se trata de produtos ligados a períodos sazonais, não é possível fazer uma estimativa sobre seus preços.

A marca de ovos de Páscoa que apresentou a maior variação de preços em relação a 2022 foi a Lacta, com um aumento de 29,02%. Logo em seguida aparece Nestlé, com 20,34%, e Garoto, com 15,73%. Não foram registradas variações nos valores praticados nos ovos da marca Cacau Show neste período.

Quanto ao preço médio dos ovos por marcas, o gerente de pesquisas destaca que todas as marcas apresentaram valores muito elevados e próximos da média ponderada (R$ 53,89). O destaque ficou para a Cacau Show, com preço médio de R$ 69,90. Todas as demais marcas analisadas ficaram na casa dos R$ 50,00: Nestlé (R$ 57,33), Garoto (R$ 53,77) e Lacta (R$ 50,56).

Bacalhau está mais caro

Já o preço médio do bacalhaus ficou em R$ 121,50, representando um aumento de 13,15%, frente ao ano passado. Em alguns casos o valor praticado no mercado subiu 97,83%, em outros foi notada uma queda de 2,86%.

Enquanto no caso dos peixes, o preço médio cresceu 7,41%, chegando a um total de R$ 36,00. Foi encontrado no mercado peixe cujo valor médio reduziu 8,27% e peixe cujo preço subiu 23,64% na comparação com 2022.

Outros produtos que também apresentaram uma forte elevação de preço foram os ovos de galinha (caixa com uma dúzia) e o bombom (caixa com aproximadamente 300 gramas), que subiram 29,69% e 15,51%, respectivamente. A batata-inglesa (-7,25%) foi a única a apresentar queda na variação de preços.

O gerente de pesquisas ressalta que apesar destas elevações no preço do bacalhau ou dos ovos de galinha, por exemplo, parecem pouca coisa, elas, na verdade, podem fazer uma grande diferença no bolso do consumidor no final do mês.

Consumidor está menos confiante em BH

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC-BH) fechou o mês de março com 41,55 pontos, indicando para um ambiente mais pessimista (abaixo dos 50 pontos). Esse resultado é 0,72% inferior ao registrado em fevereiro deste ano. Os dados foram divulgados na sexta-feira (31) pela Ipead. 

O gerente de pesquisas do Ipead, Eduardo Antunes, explica que o indicador é muito reativo e frágil as percepções das pessoas ou as notícias em relação ao ambiente político e econômico, por exemplo. Ele explica que nem sempre é necessário que algo ocorra de fato, basta haver uma possibilidade de uma grande mudança para que haja uma reação dessa percepção.

Antunes revela que esse índice sofreu bastante influência da piora da percepção em relação à inflação e ao desemprego. De acordo com os dados do levantamento, os componentes Inflação (26,61 pontos), Emprego (30,65 pontos) e Situação econômica do país (33,81 pontos) ficaram abaixo do ICC Geral.

Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou queda de 4,02% em comparação com o valor do mês anterior, puxado pela queda na percepção dos consumidores sobre a inflação (-8,01%). Já no acumulado do ano, o IEE apresenta uma redução de 12,03%, tendo como destaque o item Emprego, com uma queda de 13,32%.

Por outro lado, o Índice de Expectativa Financeira (IEF) apresentou alta de 1,61% frente a fevereiro deste ano. Com destaque para a percepção quanto a Situação Financeira da Família em Relação ao Passado, que apresentou a maior alta do setor (5,46%). No acumulado dos primeiros meses de 2023, o crescimento do IEF é um pouco mais tímido, com uma elevação de 0,15%, tendo como destaque positivo o item Situação Financeira da Família (1,1%) e o negativo sendo a Pretensão de Compra (-1,87%).

Pretensão de compra

Dentre os consumidores que pretendem adquirir bens e serviços nos próximos três meses, a maioria optou por vestuário e calçados (19,52%). Em seguida vem o Turismo (11,90%), Veículos (10%), Informática/Telefonia (7,14%), Eletrônicos (6,19%), Eletrodomésticos e Móveis – ambos empatados com 5,71% -, Moradia (4,76%) e Outros (3,33%).

Entre as mulheres que pretendem comprar algo (74,31% das entrevistadas), 19,27% disseram que querem adquirir produtos de vestuário e calçados. Esse item também foi o mais citado entre os homens com intenções de compra (74,25% dos entrevistados), 19,8% responderam vestuários e calçados.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 01/04/2023 por Leonardo Leão.

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