Custo de vida em BH, ainda elevado, cai com diminuição do preço da gasolina

Inflação na capital diminui, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Fundação Ipead/UFMG), porém continua em patamar considerado elevado

O custo de vida em Belo Horizonte diminuiu em agosto, impulsionado pela queda no preço da gasolina e da energia elétrica. Por outro lado, a alimentação em casa, especialmente com alimentos industrializados, teve uma alta no último mês, em relação a julho de 2022. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da capital, medido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Fundação Ipead/UFMG) e divulgado nesta sexta-feira (2), caiu 1,09% em um mês. 

Foi a menor redução mensal do IPCA em BH desde a implantação do Plano Real. Há tendência de mais quedas, mas isso não quer dizer que tudo tenha ficado mais barato, explica o gerente de pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes. “O cenário é bom. A manutenção dele é uma tarefa mais difícil. Voltar ao que era antes da pandemia é muito difícil, porque temos vários fatores que impedem isso, a economia é globalizada. E o patamar da economia antes dela também não era lá tão bom. A economia do Brasil está em franca evolução, mas com índices de inflação ainda altos”, pontua o especialista. Nos últimos 12 meses, o IPCA na capital foi de 9,06%. 

O maior recuo em agosto foi dos “produtos administrados” — transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU. A queda no setor foi quase quatro vezes maior que o índice geral e alcançou 3,96%. O custo da gasolina recuou 13,44% e o da energia elétrica, 9,29%,  segundo o Ipead. A baixa ocorre em meio à diminuição do ICMS da gasolina, da energia e das telecomunicações, sancionada pelo governo federal em julho. Em contrapartida, a arrecadação dos Estados para investimento em áreas públicas sofre um rombo. Além disso, o preço do barril do petróleo caiu globalmente, por isso, a Petrobras vem reduzindo o preço do combustível. 

A alimentação na residência foi o segmento com maior alta de preços, de 0,69%. No grupo, só os alimentos industrializados tiveram alta de 1,61%. Já os alimentos in natura ficaram mais baratos, em geral, com redução de 3,21%. O preço da cesta básica diminuiu 1,82% entre julho e agosto. Hoje, ela custa R$ 667,11. O gerente de pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, avalia que ela dificilmente sairá o patamar dos R$ 600, que alcançou em novembro de 2021. “Esperamos que ela se mantenha mais estável”, avalia.

O custo da alimentação fora de casa diminuiu 1,89%, especialmente as bebidas em bares e restaurantes, cuja queda foi de 3,66%. O que mais pressionou o IPCA para cima em BH foram o seguro de veículo, condomínio, mão de obra, lanches e casamento. Só o seguro aumentou 9,47%.

Confiança do consumidor aumenta em BH

O Ipead também mede o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), termômetro da opinião dos consumidores belo-horizontinos sobre as finanças pessoais e a economia da cidade e do país. O índice varia de zero a cem — acima de 50, demonstra uma expectativa otimista e, baixo disso, pessimista. Entre julho e agosto, ele teve um salto de 8,93% e chegou a 37,99. Mesmo com melhora no índice, portanto, o consumidor permanece pessimista. 

O que mais impulsionou o aumento foi a percepção sobre o emprego, cuja pontuação aumentou 21,42%. Isso não bastou para o indicador ultrapassar a barreira do otimismo, porém, e a pontuação nesse quesito atingiu 27,68 pontos. O índice de desemprego no Brasil recuou para 9,1% em julho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, no trimestre terminado em julho, ainda faltava trabalho para 24,307 milhões de pessoas no país. 

Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 02/09/2022 por Gabriel Rodrigues. 

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