Inflação de BH avançou 0,86% em abril, aponta Ipead


Com uma alta de 11,54%, o tomate foi um dos principais pesos no aumento do custo da cesta básica na capital mineira | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O custo de vida, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve alta em Belo Horizonte, apresentando variação de 0,86% no mês de abril, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais  (Ipead/UFMG). A inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 11,33%, bem acima do centro da meta do Banco Central, de 3,5%.

A cesta básica rompeu a barreira dos R$ 700, consolidando os alimentos como vilões do aumento de preços. O valor da cesta em abril foi de R$ 716,26, equivalente a 59,10% do salário mínimo.

Os combustíveis também pesaram. “Mais uma vez a gasolina foi o produto de maior contribuição para o aumento no custo de vida, com alta de 2,03% no mês. No ano passado, ela subiu 54% e, desde meados de 2021, ela é, em maior ou menor grau, destaque no índice. Como o custo do combustível impacta na distribuição dos produtos, ele acaba impactando toda a cadeia”, explicou o gerente de pesquisas do Ipead, Eduardo Antunes.

Para Antunes, a escalada dos preços do pós-pandemia ainda vai continuar por algum tempo. “Muitas empresas precisam se ajustar. Ainda faltam muitos insumos: se a embalagem está mais cara, tem que repassar, se é a farinha, tem que aumentar o biscoito. São cadeias quebradas que geram custos enormes”, observou.

“As empresas estão reticentes para voltar a produzir. Quem sobreviveu teme voltar à carga total. A demanda está crescendo, mas a disponibilidade de produto ainda é bem menor, o que pressiona os preços”, completou Antunes.  

Foram pesquisados 242 produtos para gerar o índice. Os maiores destaques foram as altas de 4,06% para Alimentos industrializados; 3,82% para Alimentos de elaboração primária; 2,32% para Vestuário e complementos; 2,07% para Alimentação em restaurante; 1,96% para Saúde e cuidados pessoais; e 1,26% para Artigos de residência. No sentido oposto, destaca-se a queda de 1,22% para Bebidas em bares e restaurantes.

O preço da cesta básica, por sua vez, aumentou 3% em abril e custa agora R$ 716,26. Os principais responsáveis foram o tomate (11,54%), a batata-inglesa (16,74%) e o pão francês (5,45%).

Outros estudos

O Ipead também divulgou resultados dos estudos sobre juros praticados na Capital, além de analisar a confiança do consumidor e a pretensão de compra para o Dia das Mães. As taxas médias de juros praticadas para pessoa física no mês de abril apresentaram alta na maioria dos setores ao serem comparadas às taxas observadas no mês anterior. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC-BH) atingiu 34,53 pontos, uma alta de 1,75%.

Sobre a intenção de presentear as mães no seu dia, a maioria dos entrevistados, 59,52%, respondeu que sim – uma alta de 16,77% em relação a 2021. O valor médio dos presentes a serem adquiridos em 2022 também é superior ao do ano passado –  alta de 6,97%, com valor médio apurado de R$ 95. A faixa de R$51 a R$100 foi a mais citada, representando 34,40% dos consumidores que pretendem presentear em 2022.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 05/05/2022 por Bianca Alves.

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