As expectativas mais positivas em relação à economia aliadas ao avanço da vacinação contra a Covid-19 estão contribuindo para a redução do pessimismo do consumidor de Belo Horizonte e também para um possível melhor desempenho das vendas para o Dia dos Pais. Em julho, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC) aumentou 3,25% sobre junho, alcançando 36,52 pontos.
O menor pessimismo reflete na intenção de compras para o Dia dos Pais. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), 38,57% dos consumidores pretendem presentear no Dia dos Pais, ante a pretensão de 33,81% vista em igual data comemorativa do ano anterior.
De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, mesmo que o ICC ainda esteja abaixo dos 50 pontos, fronteira entre a situação de pessimismo e otimismo, o avanço é considerado importante. Esta foi a quarta alta consecutiva registrada em 2021. Com o resultado, o ICC da Capital acumula aumento de 2,61% no ano e de 3,72% nos últimos 12 meses.
Dentre os componentes do ICC que estão acima de 50 pontos, mostrando otimismo, estão a situação financeira da família em relação ao ano passado, com 50,06 pontos, e a situação financeira da família, com 58,81 pontos. Os demais ficaram abaixo dos 50 pontos, mostrando pessimismo em relação à situação econômica do País, 25,54 pontos, inflação, com pontuação de 23,75, e emprego, 21,61 pontos.
A expectativa é que ocorram novos avanços no ICC ao longo dos próximos meses. “A pontuação geral do ICC ainda está abaixo dos 50 pontos, mas vem avançando, o que é muito importante. Desde abril estamos registrando altas consecutivas. Esperamos que esta alta se mantenha nos próximos meses. Fatores como o avanço no processo de vacinação contra a Covid-19 e a queda nos índices de mortes e de ocupação de leitos deixam a população mais otimista e isso reflete na melhoria do ICC”, explicou.
Conforme Antunes, por outro lado, a situação de desemprego e aumento da inflação ainda são gargalos enfrentados pela população, contribuindo para a manutenção do pessimismo.
Ainda segundo o Ipead, o Índice de Expectativa Econômica (IEE), em julho, apresentou alta de apenas 0,18% frente a junho. No ano, a elevação acumulada é de 1,09%. Já nos últimos 12 meses, foi verificada queda de 2,74%.
O Índice de Expectativa Financeira (IEF) cresceu 5,02% em julho na comparação com junho. A alta fez com que a elevação acumulada nos primeiros sete meses do ano ficasse em 3,53% e nos últimos 12 meses, em 7,68%. Todos os componentes, na comparação com o sexto mês do ano, apresentaram avanço, sendo o maior visto na situação financeira das famílias, com alta de 6,12%, seguido pela pretensão de compras, com variação positiva de 5,49%.
Dia dos Pais
Com a população da Capital menos pessimista, o consumo no Dia dos Pais deve crescer frente a 2020. Entre os fatores que têm impulsionado a pretensão de compras está a maior abertura do comércio, que no ano anterior enfrentava restrições mais severas.
Conforme o levantamento do Ipead, o valor médio dos presentes a serem adquiridos apresentou alta expressiva de 27,99% em 2021 quando comparado com o ano passado, resultado que segundo o Ipead está bem alinhado com as expectativas do comércio.
O valor médio dos presentes subiu de R$ 79,58 para R$ 101,85 neste ano, sendo este o maior valor da série histórica. A pesquisa mostrou que 52% dos consumidores que pretendem presentear vão gastar valor igual ou superior ao que gastaram no ano passado.
Outro destaque é a faixa de valor para presentes de R$ 101 a R$ 150 que foi a mais citada, representando 38,27% dos consumidores que pretendem presentear em 2021.
“As expectativas em relação ao consumo para o Dia dos Pais são positivas. Além da maior flexibilização do comércio frente a mesma data comemorativa de 2020, houve avanço no processo de vacinação e os consumidores estão voltando às compras”, explicou o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes.
Em relação à tendência de aumento do valor médio do presente, Antunes explica que a alta dos produtos e a inflação também interferem no valor.
“No ano passado, grande parte do comércio estava fechado e o consumo retraído. Desde o final do segundo semestre de 2020, houve uma retomada da demanda e os preços de vários produtos foram reajustados. Mesmo assim, a expectativa do setor é de vendas bem melhores que as do ano passado”.
Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado por Michelle Valverde em 30/07/2021.