Puxado pelos combustíveis, custo de vida aumenta em BH

O indicador teve expansão de 0,32% na capital em fevereiro devido, principalmente, ao aumento da gasolina e do gás

O mês de fevereiro terminou com o custo de vida mais alto em Belo Horizonte, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (03/3) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG). O indicador, que teve expansão de 0,32% no mês passado, quando comparado a janeiro, leva em consideração os preços ao consumidor de variadas rendas. Entre os itens que mais contribuíram para o aumento dos preços na capital no segundo mês do ano, destaca-se a gasolina comum, que teve alta de 6,49% e o gás de cozinha, com aumento de 4%.

O levantamento aponta que, no último mês, entre 11 itens agregados pesquisados, os gastos com transporte, impactados pela gasolina, e de necessidades básicas, afetado pelo GLP, foram os que mais pesaram no bolso do belo-horizontino, seguido pelos artigos de residência e de vestuário. No sentido oposto, depois de uma significativa expansão, destaca-se queda nos itens de alimentação, sendo observado recuo de 3% na alimentação in natura, como sacolão de verduras, e de 2,75% na alimentação em restaurantes.

O Ipead apurou que a inflação para BH acumulada nos último 12 meses é de 5,20%, bem próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para o índice de preços no país em 2021, que é de 5,25%.

Para a coordenadora do IPCA de BH no Ipead, Thaize Martins, os aumentos frequentes dos combustíveis tem poder de gerar um efeito em cascata nos preços de outros itens, pois agrega custos ao transporte para abastecimento dos supermercados. “O aumento do diesel e da gasolina impacta no valor do frete e isso acaba chagando ao consumidor final. É sempre um problema quando a gente tem reajustes nos combustíveis”, ressalta.

Cesta básica

Na capital mineira, após seis altas consecutivas, o valor da cesta básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, ficou 0,96% mais barato em fevereiro, fechando em R$ 570,80. O principal responsável pela queda no preço da cesta foi o tomate tipo Santa Cruz (-13,36%) e o feijão carioquinha (-4,84%).

Thaize observa, entretanto, que a cesta básica continua apresentando uma variação de 22,80% nos últimos 12 meses, muito superior à inflação do mesmo período.

“Os alimentos continuam pressionando nas despesas do consumidor da capital em fevereiro devido às altas acumuladas no decorrer do ano passado. Temos itens que ultrapassam 80% de alta nesse período, que é o caso do óleo de soja. O arroz tem 69% de alta acumulada e o açúcar 30%. É isso que está pesando, porque nenhuma renda acompanha esses reajustes”, afirma. 

Intenção de consumo

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte fechou em 36,05 pontos em fevereiro, voltando a subir após duas quedas consecutivas. A elevação do ICC indica que o pessimismo dos moradores da capital, no que se refere às expectativas de consumo, foi estancado.

Segundo Thaize, a sensação de maior controle da pandemia do COVID -19 na capital durante o mês de fevereiro e a reabertura do comércio contribuíram para a pequena melhora no humor da população sobre a economia de modo geral.

A pesquisadora do Ipead, entretanto, acredita na reversão dessas expectativas com o agravamento da pandemia em BH nos últimos dias. “Apesar dessa alta no mês de fevereiro, o ICC de Belo Horizonte continua ainda muito baixo, dentro do patamar de pessimismo”, completa. O otimismo do consumidor é apurado com o índice acima de 50 pontos.

Fonte: Jornal Estado de Minas – Publicado em 03/03/2021 por Marco Faleiro*
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.


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