Inflação fica acima da meta e avança 5,03% em Belo Horizonte em 2020

Alimentos e despesas pessoais contribuíram para o aumento do custo de vida na capital, impactado pela pandemia

A inflação de Belo Horizonte, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerrou 2020 em 5,03%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano, de 4%. Os alimentos e as despesas pessoais, que ficaram mais caros, contribuíram para os resultados, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (6) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/ UFMG). Em 2019, a taxa foi de 5,23%.

“Os alimentos tiveram uma alta impulsionada pela pandemia e diferentes fatores, como o aumento da demanda interna, a valorização do dólar, que fomentou a exportação de muitos produtos, e as condições climáticas, que interferiram no período de entressafra de alguns itens. A alimentação na residência representou 25,5% da inflação geral, mas as maiores contribuições vieram de itens não alimentares, principalmente as despesas pessoais, que representaram 38,84% do índice”, afirma a coordenadora de pesquisa do Ipead, Thaize Martins.

Ela ressalta que, apesar de ficar acima da meta, a inflação da capital ainda está dentro do intervalo máximo estabelecido pelo CMN, de 5,5%.

Entre os alimentos, os que mais contribuíram para a inflação foram o leite pasteurizado, que ficou 26,18% mais caro, e o arroz, que encareceu 79,42% em um ano. Entre os demais itens, o automóvel novo (19,62%) e as excursões (13,06%) foram os principais pesos da inflação de 2020.

No último mês do ano, o IPCA também teve alta, de 1,25%. A principal contribuição para a inflação de dezembro veio da tarifa de energia elétrica residencial, que subiu 10,10%.

Já para 2021, as expectativas ainda são incertas. Os resultados vão depender da evolução da pandemia, que passa por uma fase de alta . “Para esse início de ano, ainda não temos como prever quedas. Permanecemos na mesma situação do ano passado, a pandemia ainda não acabou, e temos promessas de novos reajustes, como o dos planos de saúde. Por enquanto, nada de refresco”, conclui Thaize.

Aumento do custo da cesta básica reduz poder de compra do salário mínimo 

O custo da cesta básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, chegou a R$ 566,80 em dezembro de 2020, valor 22,09% superior ao registrado no mesmo mesmo mês de 2019. Em um ano, a cesta básica encareceu mais de R$ 100 e passou a comprometer 54,24% do salário mínimo.

“Isso mostra como os alimentos pressionaram e como os consumidores perceberam isso em suas despesas e orçamentos familiares e na hora de fazer compras”, afirma Thaize Martins.

Os alimentos que mais subiram de preço ao longo do ano foram o óleo de soja (117,58%), arroz (79,46%) e batata inglesa (66,21%).

Confiança do consumidor em queda

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte encerrou 2020 em 35,58, nível considerado pessimista e 6,56% inferior ao do mesmo período de 2019. A inflação e o emprego foram as principais preocupações dos consumidores ao longo do ano passado.

Fonte: Jornal O Tempo – Caderno de Economia – Publicado em 06/01/2021 por Rafaela Mansur.

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