Inflação em Belo Horizonte sobe com alta nos preços dos alimentos

O valor dos alimentos continua pressionando a inflação na capital mineira. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte apresentou alta de 0,61% em novembro na comparação com outubro, sendo que o maior destaque, em termos de variação, foram os alimentos in natura (6,88%). Os dados foram divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG).

Conforme ressalta a coordenadora de pesquisas da entidade, Thaize Martins, a alta verificada no 11º mês deste ano é algo representativo. Tanto é que este aumento é o maior para o mês de novembro desde 2015. Apesar de os itens alimentícios terem sido expressivos na pesquisa, ela chama atenção também para a alta em outras categorias, como a de vestuário e complementos (1,67%) e a de artigos de residência (1,62%).

Continuidade – Nesse cenário, porém, são mesmo os alimentos que mais vêm influenciado o IPCA, o que é refletido também no valor da cesta básica, conforme pontua Thaize. O aumento do custo da cesta básica foi de 6,23% em novembro na comparação com outubro, atingindo R$ 553,24 (52,94% do salário mínimo).

Os motivos para a alta são variados. A coordenadora de pesquisas da Ipead/UFMG lembra que itens como o óleo de soja e o arroz continuam em processo de alta, com incrementos de 11,71% e 9,55%, respectivamente. A alta do dólar e, consequentemente, um volume maior de exportações têm influenciado alguns preços, explica ela.

Além disso, o preço da batata inglesa aumentou 42,78% e do Tomate Santa Cruz 36,67%. A batata, salienta, passou por problemas climáticos, tanto ligados à chuva quanto a altas temperaturas. O tomate também passou por situações que geraram certo desabastecimento do produto.

Nesse cenário, diz, é difícil fazer previsões quanto à alta dos preços, mas um fato existe, afirma ela: não há o entendimento de que uma queda de preços esteja próxima.

“O mês de dezembro já é marcado por altas de preços devido ao aumento da demanda, com confraternização e festividades. Historicamente, no fim do ano, por exemplo, o valor da carne sobe. Pode ser que, diante de um novo cenário de recolhimento, com um isolamento social maior, os preços não pressionem tanto”, diz. Entretanto, afirma ela: “os alimentos marcaram 2020 com fortes altas”.

Confiança – Apesar de ainda haver muitos desafios e um cenário incerto, os consumidores estão um pouco mais confiantes. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte apresentou alta de 1,93% em novembro na comparação com outubro, atingindo 37,16 pontos.

Conforme pontua Thaize, os aumentos têm sido constantes, após uma forte queda no início da pandemia da Covid-19. Entretanto, destaca ela, apesar das altas, ainda há um pessimismo, uma vez que os números estão muito abaixo dos 50 pontos – é a partir deles que se verifica otimismo.

“Para dezembro, as expectativas são de que a alta continue. No entanto, vai depender das condições da pandemia, se houver um aumento maior no número de casos e o que pode acontecer com o comércio. Um novo fechamento, por exemplo, vai impactar a percepção dos consumidores”, salienta.

INTENÇÃO DE COMPRA NO NATAL CRESCE

A Ipead/UFMG também divulgou a pesquisa de pretensão de compra para o Natal e, conforme destaca a coordenadora de pesquisas da entidade, Thaize Martins, os resultados foram surpreendentes. Neste ano, 64,76% pretendem presentear contra 62,38% no ano passado. Além disso, o valor médio dos presentes também aumentou, de R$ 83,97 para R$ 111,86, o que representa um incremento de 33,22%.

A coordenadora de pesquisas da Ipead/UFMG salienta que o Natal tem um forte apelo. Além disso, destaca, muitas famílias podem ter conseguido poupar algum valor no período mais intenso de isolamento social, provocando uma diminuição dos gastos na época e favorecendo as compras agora.

Juros – Em relação às taxas médias de juros praticadas para pessoa física, houve alta na maior parte dos segmentos em novembro em relação a outubro. A mais representativa foi em construção civil imóveis construídos (53,25%). A maior parte das taxas de juros para pessoa jurídica também apresentaram alta, com destaque para capital de giro (34,88%). Já as taxas de captação, em sua maior parte, apresentaram queda ou estagnação, sendo a retração mais intensa em CDB (-48,28%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 10/12/2020 por Juliana Siqueira.

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