O custo de vida na capital mineira continua subindo. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação positiva de 0,69% em outubro frente a setembro. No mês passado, a principal influência para o aumento da inflação veio dos alimentos in natura, cujos preços saltaram 6,08% de um mês para outro. Com o resultado, no acumulado do ano, a variação chegou a 3,11% e, nos últimos 12 meses, 4,73%, superando o centro da meta de 4%.
De acordo com a coordenadora de pesquisa do Ipead, Thaize Martins, o comportamento já era esperado, uma vez que o cenário não se alterou. E a perspectiva é que o índice encerre o ano próximo ou acima da meta.
“Permanecem a pandemia, o câmbio fomentando as exportações e as condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões. Isso, somado aos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, nos projeta para um resultado elevado ao fim do exercício. Principalmente, porque não há tendência de mudança em novembro ou dezembro”, justificou.
Segundo o levantamento do Ipead/UFMG, dentre os 11 itens agregados que compõem o IPCA, os maiores destaques, em termos de variação, foram as altas de 6,08% para alimentos in natura, de 3,59% para alimentos elaboração primária, de 2,5% para vestuário e complementos, de 2,34% para alimentos industrializados, de 1,59% para alimentação em restaurante e de 1,4% para saúde e cuidados pessoais. Não houve itens com queda de variação.
Já quando considerado o acumulado dos dez meses deste exercício, a categoria de alimentos in natura sofreu a maior elevação (16,13%), seguido por alimentos de elaboração primária (15,39%) e alimentos industrializados (9,25%).
Em relação aos serviços e produtos, as cinco maiores contribuições vieram das joias, com aumento de 20,84%, hipotensor (11,87%), condomínio familiar de clube recreativo (8,9%), excursões (2,59%) e gasolina (2,06%).
Cesta – Em função destes resultados, o custo da cesta básica voltou a crescer no mês passado e atingiu o maior valor nominal desde o início da série histórica, em 1994. O índice apresentou variação de 6,12% entre setembro e outubro de 2020, como valor chegando a R$ 520,79, equivalente a 49,84% do salário mínimo.
Treze itens compõem a cesta básica. Os maiores aumentos foram observados nos preços do tomate santa cruz (21,9%), óleo de soja (19,1%), banana caturra (13,57%) e arroz (10,07%).
Confiança – A reabertura do comércio da capital mineira, a retomada de diversas atividades econômicas e a manutenção do auxílio emergencial estão contribuindo para a redução do pessimismo dos consumidores da Capital. Mas, em outubro, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH) ficou praticamente estável e chegou a 36,45 pontos, permanecendo, mais uma vez, abaixo da fronteira que separa o otimismo do pessimismo (50 pontos).
No acumulado dos últimos 12 meses, o ICC registrou queda de 5,03% e na comparação com outubro de 2019, redução de 4,27%.
Segundo Thaize Martins, o componente inflação puxou o índice para baixo. “Os consumidores estão atentos à questão do aumento dos preços, avaliando de forma negativa a situação. Mas no contexto geral, os 36,45 pontos foi o melhor resultado do ICC desde o início da pandemia”, finalizou.
Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 06/11/2020 por Mara Bianchetti.