Inflação medida pelo IPCA tem estabilidade na capital

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a evolução dos gastos das famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos, ficou praticamente estável em Belo Horizonte no mês de setembro na comparação com agosto. A variação positiva foi de 0,01%. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, porém, houve alta de 3,46%. Os dados foram apurados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG).

A coordenadora de pesquisas da entidade, Thaize Martins, destaca que os itens que mais apresentaram queda nos preços foram os alimentos in natura e as bebidas em bares e restaurantes, com redução de 2,89% e 1,93%, respectivamente.

“A diminuição nos preços dos alimentos tem muito a ver com as condições climáticas, que, quando são favoráveis, fazem com que os valores não subam tanto”, ressalta a profissional.

Já os vestuários e complementos registraram a maior alta entre os itens pesquisados (2,98%) justificada, de acordo com a pesquisadora, sobretudo pelas trocas de coleção que ocorrem nesse período do ano.

Outros números – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo de setembro também mostra que a alimentação na residência teve queda de 0,72% em relação a agosto. Os alimentos industrializados registraram redução de 0,85%, enquanto os de elaboração primária tiveram alta de 0,49%.

A diminuição na alimentação fora da residência foi de 0,22% e a de alimentação em restaurante de 0,03%.

Já os preços relacionados à habitação tiveram alta de 0,23% e os encargos e manutenção de 0,59%. Os artigos de residência apresentaram queda de 0,64%.

A baixa relativa à saúde e cuidados pessoais foi de 0,71% e a alta relacionada a despesas pessoais foi de 0,02%.

“Esse cenário de maior estabilidade cria um ambiente que favorece o consumo”, frisa a coordenadora de pesquisas da entidade.

Custo da cesta básica – Ainda segundo os dados do Ipead, o custo da cesta básica teve variação negativa entre agosto e setembro, de 0,95%. Thaíze Martins destaca que esta é a quinta queda consecutiva, o que já representa um alívio para o consumidor. O valor da cesta básica no último mês foi de R$ 421,92, o equivalente a 42,28% do salário mínimo.

A pesquisadora da instituição destaca que essas reduções também estão relacionadas às condições climáticas mais favoráveis à produção de alimentos.

O tomate Santa Cruz, a batata-inglesa e o feijão-carioquinha foram os itens que mais apresentaram queda, de 19,33%, 8,87% e 6,77%, respectivamente. Já a banana caturra e o leite pasteurizado tiveram as maiores altas, de 14,42% e 3,66%, respectivamente.

Thaíze Martins lembra, contudo, que as quedas não significam que os preços estão baixos. A coordenadora de pesquisas lembra que, nos últimos 12 meses, o custo da cesta básica aumentou 13,99%.

Selic – A taxa Selic foi reduzida em 0,50 ponto percentual na última reunião feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom) entre os dias 17 e 18 do último mês e atingiu o patamar de 5,50% a.a. Conforme observa a coordenadora de pesquisas da Ipead, trata-se da menor taxa verificada na série histórica, que teve início no ano de 1996.

Como destaca Thaíze Martins, esses números refletem positivamente no cenário econômico, incentivando investimentos, estimulando o empreendedorismo e afetando a procura do consumidor por financiamentos como os de imóveis, por exemplo.

A maior parte das taxas médias de juros praticadas para pessoas físicas sofreram redução em setembro na comparação com agosto, sendo que a maior delas foi na construção civil (imóveis na planta), de -34,57%.

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR CAI EM BH

Apesar de vários indicadores terem se mostrado positivos, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte caiu 3,88% em setembro na comparação com agosto, de acordo com os dados do Ipead, alcançando 36,33 pontos.

Conforme lembra Thaíze Martins, o índice está abaixo dos 50 pontos, nível que separa o otimismo do pessimismo. “As pessoas estão menos propensas a consumir, ainda receosas para obter financiamentos”, frisa ela.

Entre os itens que compõem o Índice de Confiança do Consumidor, o emprego registrou 21,67 pontos. Situação econômica do País e inflação alcançaram 24,70 e 27,68 pontos, respectivamente, enquanto a pretensão de compra atingiu 41,19 pontos. Já a situação financeira da família em relação ao passado e a situação financeira da família registraram 50,83 pontos e 54,88 pontos respectivamente.

Dia das Crianças – A pesquisa de Pretensão de compra para o Dia das Crianças feita pelo Ipead mostra que 46,19% dos consumidores pretendem presentear alguma criança no dia 12 de outubro, quando se celebra a data.

Trata-se do maior percentual dos últimos três anos. Em 2018, por exemplo, 41,90% dos entrevistados pretendiam dar presentes nessa época do ano.

A coordenadora de pesquisas da entidade, Thaize Martins, lembra que, apesar disso, as pessoas irão desembolsar menos neste ano. O valor médio dos presentes passou de R$ 56,12 para R$ 45,50. Trata-se do menor valor dos últimos quatro anos.

Neste ano, 36,08% dos entrevistados disseram que pretendem dar um presente de até R$ 30, enquanto 38,14% dos entrevistados esperam desembolsar de R$ 31 a R$ 50. Já 20,62% das pessoas esperam gastar de R$ 51 a R$ 100 e 5,15% acima de R$ 100.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 05/10/2019 por Juliana Siqueira.

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