Cesta básica sobe 1,15% e bate recorde na Capital

O custo de vida em Belo Horizonte registrou queda em abril,com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuando 0,07% em relação a março. Mas a retração não foi suficiente para garantir a redução do preço da cesta básica, que subiu 1,15%, alcançando R$ 461,46, sendo esse o maior valor da série histórica iniciada em 1994. 

Em março, a cesta básica já havia atingindo o preço mais alto da série (R$ 456,23). Os dados foram divulgados na sexta-feira (03) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG). 

De acordo com a coordenadora de pesquisa do Ipead, Thaize Martins, os produtos que mais impactaram para a alta na cesta básica foram o tomate,com aumento de 22,6%, e o leite pasteurizado, cujo preço subiu 5,48%. No mês passado, os vilões tinham sido a batata e o feijão, itens que em abril estão entre os destaques de queda. O preço da batata caiu 14,49%; do feijão, 1,73%;e, da banana caturra, 5,22%. Essas variações de preço estão ligadas a questões sazonais e climáticas.

No dia a dia, a alta da cesta básica impacta no poder de compra das famílias.

“Ocorre a sensação de ir ao mercado ou sacolão com o mesmo valor do mês ou do ano passado e não comprar os mesmos itens”, diz a pesquisadora.

Quanto ao IPCA, os itens que mais interferiram na pequena queda de 0,07%, tendendo à estabilidade, foram bebidas em bares e restaurantes(-4,45%); vestuário e complementos (-4,37%) e alimentos in natura (-3,41%). Individualmente, os itens que mais contribuíram para a queda foram excursões (-2,76%) e passagens aéreas (-17,11%), devido à baixa temporada.

Por outro lado, o que impediu uma queda mais acentuada foram as altas da alimentação em restaurantes (+1,66%) e da gasolina (+1,10%).

Dentro do grupo alimentação, que registrou alta de 0,25%, o subgrupo alimentação em casa registrou queda de 0,42%, enquanto alimentação fora de casa aumentou 1,04%.

No grupo de não alimentares, a retração foi de 0,13%. Os componentes de tal grupo registraram os seguintes resultados: habitação, queda de 0,81%; artigos pessoais, alta de 0,03%; e produtos administrados, elevação de 0,02%.

Acumulado

Em 2019, a inflação apresenta alta de 2,09% e, no acumulado de 12 meses, o aumento chega a 5,53%, índice superior à meta para o ano, que é de 4,25%. Segundo Thaize Martins, a dica para as famílias é ficarem atentas na hora das compras, mantendo pesquisas e substituindo produtos com preços mais elevados.

Juros  – A taxa básica de juros Selic permaneceu em 6,50% ao ano. Segundo o Ipead, a pesquisa do mês de abril mostrou que a maioria das taxas médias de juros praticadas para pessoa física apresentou queda em relação às taxas praticadas no mês de março, sendo o maior destaque a taxas de Construção Civil (imóveis na planta), com queda de 80,43%. Dentre as taxas para pessoa jurídica, dois dos quatro itens apresentaram redução: capital de giro (-4,67%) e desconto de duplicatas (-5,73%).

Um maior número de pessoas deve presentear as mães em 2019,mas os produtos escolhidos terão um preço um pouco menor que no ano passado.Essas são algumas das conclusões da pesquisa Pretensão de Compras para o Dia das Mães, divulgada na sexta-feira (3) pelo Ipead/UFMG. De acordo com o levantamento, 65,2% dos entrevistados disseram que vão presentear, sendo que em 2018 e 2017 esse índice foi de 59,5%.

Já o valor do presente apresentou queda de 1,36%: em 2018 era de R$ 101,19 e, neste ano, passou para R$ 99,82. De acordo com a pesquisa,a maior parte dos entrevistados – 38,1% – disse que irá comprar presentes no valor de R$ 101 a R$ 150.

“A expectativa de retorno para o comércio é de resultados semelhantes aos observados no ano passado”, disse a coordenadora de pesquisa do Ipead, Thaize Martins.

Reforçando essa tendência, a pesquisa aponta que 41,6% dos consumidores que pretendem presentear informaram que vão gastar o mesmo que no ano passado. Os que disseram que vão gastar mais chegam a 21,2%; enquanto 24,1%vão gastar menos. Os 13,1% restantes ainda não sabem.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de abril, também divulgado pelo Ipead/UFMG, registrou alta de 1,71% em abril na relação com março, chegando a 37,20 pontos. Mesmo com o avanço, o indicador não mostra otimismo, pois o ICC varia de 50 a 100, com valores abaixo de 50 mostrando pessimismo.

A pior avaliação foi quanto ao emprego, que atingiu 24,29 pontos. Em seguida estão inflação (26,96); situação econômica do País (27,56); pretensão de compra (44,17); situação financeira da família em relação ao ano passado (49,11); situação financeira da família (53,87).

Componente do ICC, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou alta de 0,52% em abril na comparação com março, impactado pela melhora da avaliação quanto ao emprego, que subiu 11,59% sob influência das vagas temporárias na Páscoa. Ainda assim, a avaliação quanto ao emprego recebeu a pior nota do indicador geral.

Outro componente do ICC, o Índice de Expectativa Financeira (IEF) registrou alta de 2,47%. O impacto veio principalmente da pretensão de compra, que aumentou cerca de 11,42%, influenciado pela proximidade do Dia das Mães.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 04 de maio de 2019 por Ana Amélia Hamdan.

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