Ipead projeta novos aumentos para os próximos meses em BH, desta vez sob impacto do reajuste no preço dos combustíveis
A inflação em Belo Horizonte iniciou 2025 em alta. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 2,28% em janeiro na capital. No acumulado dos últimos 12 meses, o percentual soma 7,69% de expansão. A principal pressão sobre o bolso dos consumidores belo-horizontinos veio do reajuste de quase 10% na passagem de ônibus do transporte público e da elevação nas tarifas de excursões turísticas.
O aumento nos coletivos foi anunciado no final de dezembro, pela prefeitura, e entrou em vigor no dia 1º de janeiro. Outro serviço que encareceu em BH foi no Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), conforme pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead), da UFMG.
O resultado, conforme o levantamento, representa uma alta de 0,49% em relação a dezembro. Também houve um crescimento em comparação a janeiro do ano passado, quando a inflação apurada em BH foi de 2,12%. O economista do Ipead, Diogo Santos, afirmou que o valor do IPCA da capital está pouco acima do esperado para o mês de janeiro.
“O serviço de turismo já tem uma sazonalidade de crescer nesse período de férias, mas que cresceu mais esse ano. Desde dezembro, agora em janeiro também esse item está entre os que mais estão impactando a inflação. Não é um item que todos consumidores acessam, mas na média geral foi o que mais impactou”, disse o economista sobre o salto de 20,58% sobre as excursões.
Santos ainda projetou uma inflação crescente nos próximos meses em Belo Horizonte. Ele atrelou o movimento ao crescimento no preço da gasolina, a partir de um aumento no ICMS, e do diesel, após mudanças tributárias e do reajuste promovido pela Petrobras. Os novos valores entraram em vigor no último sábado, 1º de janeiro.
“Certamente, ainda vamos ter uma pressão sobre esses serviços de excursão com o período de Carnaval”, relatou. Sobre a folia, Diogo Santos citou que pode haver uma pressão de preços na capital. “É um período de alta demanda, mas é um período que se amplia a oferta principalmente com vendedores ambulantes, as empresas também se preparam para ter estoques maiores. De modo geral, é um período que pode ter uma pressão sobre os preços”, ponderou.
Publicado por Jornal o Tempo – caderno Economia – Reportagem Simon Nascimento em 06/02/2025.