Participação em festas juninas cai em Belo Horizonte e reflete aumento de preços

Pesquisa da Fundação Ipead mostra queda do público frequente nas festas juninas de 2025 em Belo Horizonte

As tradicionais festas juninas, que movimentam escolas, praças, clubes e centros culturais de Belo Horizonte, registraram em 2025 uma queda significativa na participação da população em comparação com o ano anterior. A constatação vem da mais recente pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e acende um alerta para o setor de eventos e comércio local.

Segundo o levantamento, houve uma redução expressiva no número de pessoas que costumam participar com frequência de festas juninas. O principal motivo apontado para esse recuo é claro: o aumento de preços, tanto na entrada de festas fechadas quanto nos produtos típicos que compõem o cardápio junino.

“O aumento de preços é a principal razão para este comportamento de queda. Desde o valor para entrada de eventos fechados até o valor de produtos típicos”, afirma o gerente de Pesquisa da Fundação Ipead, Eduardo Antunes.

Menos festas juninas, mais contenção de gastos

Com a inflação ainda pressionando o orçamento das famílias, o consumidor tem feito escolhas mais cautelosas — o que se reflete também no lazer. Festas privadas e pagas, que ganharam força nos últimos anos, agora enfrentam resistência.

“Com certeza está associado a um aperto orçamentário. Cada vez mais existem eventos concorrentes ao longo do ano e as pessoas estão tendo que renunciar a alguns deles. O orçamento às vezes não acompanha a quantidade de eventos que só aumenta na cidade”, analisa Antunes.

Ainda assim, o pesquisador acredita que a retração observada neste ano pode ser pontual.

“Imagino um movimento pontual. As festas juninas são uma atração que vem tomando corpo cada vez mais em Belo Horizonte. Um ajuste de um ano não necessariamente terá reflexo para os próximos. Ainda há espaço para recuperação”, destaca. 

Dinâmica de preços muda perfil das festas juninas

A pesquisa também revela que o aumento no custo de ingredientes típicos contribuiu para o recuo no consumo em Belo Horizonte. O amendoim cru, por exemplo, foi o item com maior alta em 2025: quase 14% de aumento em relação ao ano anterior. Já o feijão, base de vários pratos, caiu pelo segundo ano consecutivo, acumulando queda significativa.

“Assim é a dinâmica dos preços: muita oferta e boa safra fazem os preços caírem; já a indisponibilidade de insumos tende a pressionar os preços para cima”, explica Antunes.

Diante da percepção de que “a festa está cara”, muitos consumidores optaram por celebrações menores, realizadas em casa ou com amigos e vizinhos.

“Está tudo ligado. É possível participar sem ter gastos maiores que possam comprometer o orçamento, dando prioridade às festas menores, em família, que normalmente têm orçamento mais acessível”, pontua.

Comércio e organizadores de Belo Horizonte devem se adaptar

O impacto também se estende ao varejo e à organização de eventos, que precisarão se adaptar à nova realidade de consumo. Para a Fundação Ipead, o momento exige estratégias para atrair o público.

“Promoções sempre são a melhor pedida: nos produtos vendidos, alugados, descontos no valor de acesso a eventos particulares. Com certeza, os organizadores percebem esse movimento e estão atentos para que os eventos possam ter sucesso”, recomenda o gerente da fundação.

Fonte: Diário do Comércio / Economia / Publicado em 30/06/2025 por Ana Paula Moreira

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