Maioria das taxas de juros sobem na Capital em janeiro

Movimento já era esperado, em razão do aumento da Selic por parte do Banco Central; operação à pessoa física com maior elevação foi de comércio eletrônico

A taxa de juros de oito das 14 operações bancárias de crédito e financiamento para pessoa física apresentaram elevação em janeiro deste ano na comparação com o mês anterior em Belo Horizonte, segundo pesquisa conduzida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).

Nesse período, outras cinco operações apresentaram diminuição e uma apresentou estabilidade. A operação à pessoa física que apresentou a maior alta nas taxas de juros médias foi de comércio eletrônico, com elevação de 5,98% no primeiro mês de 2025. A menor taxa encontrada foi de 1,49% e a maior, 2,50%. A taxa média foi de 2,50%. Em seguida, está a taxa do crédito pessoal consignado privado, com alta de 4,37%.

A maior queda nos juros para pessoa física ocorreu em construção civil voltado a imóveis na planta, com recuo de 51,90%. A taxa média foi de 0,38%. A maior foi de 0,40% e a menor, 0,15%.

Alta da Selic impacta juros praticados em Belo Horizonte

O movimento de alta na taxa de juros na Capital Mineira já era esperado, segundo o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, em razão do aumento da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). “O aumento da Selic pelo Banco Central é como se fosse uma espécie de orientação ao mercado. Afinal, o objetivo com a medida é encarecer o crédito para reduzir o consumo e, logo, controlar a inflação”, observa.

O ano começou com a elevação da taxa em um ponto percentual (p.p), no último dia 29, chegando a 13,25% ao ano. Foi a quarta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde setembro de 2023, quando também estava em 13,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária.

Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto de 2024, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e uma de um ponto percentual. E, segundo a ata da reunião do Copom divulgada na última nesta terça-feira (4), a Selic deve aumentar novamente em um ponto percentual, em março.

Na segunda-feira (10), a pesquisa Focus — que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos — mostrou que a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do País, é de alta de 5,58% ao fim deste ano, de 5,51% na pesquisa anterior, no que foi a 17ª semana consecutiva de aumento na previsão. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O economista da Fundação Ipead observa que, se por um lado, os juros mais elevados podem desestimular o consumo e controlar a inflação, por outro, há impactos negativos, como redução do investimento e, logo, da geração de postos de trabalho.

Pessoas jurídicas 

Quanto às taxas cobradas pelos bancos nas operações com pessoas jurídicas, duas das quatro apresentaram queda em relação ao mês anterior em Belo Horizonte, conforme o levantamento da Fundação Ipead: conta garantida (-34,91%) e capital de giro (-6,20%).

Já a antecipação de faturas de cartão de crédito e desconto de duplicatas, apresentaram, respectivamente, altas de 7,34% e 2,24%. Quanto às taxas de juros de operações de captação, ou seja, os juros pagos pelos bancos aos clientes por suas aplicações, todas as oito apresentaram alta.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Publicado em 11/02/2025 – Reportagem Juliana Gontijo. 

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