Pagamento de contas e dívidas é prioridade, segundo a Fundação Ipead
A proporção de consumidores de Belo Horizonte que receberam ou receberão o 13º salário caiu 6,95% neste ano frente ao resultado de 2023, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), divulgado nesta quinta-feira (7).
A pesquisa “Destino do 13º salário” dos consumidores de Belo Horizonte referente ao ano de 2024 mostra que, do total de entrevistados, 46,08% afirmam receber esse direito trabalhista neste ano. Essa parcela que acessará o 13º salário é a menor desde 2018 (46,19%). No ano passado, 49,52% dos entrevistados disseram que receberiam o recurso.
O economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, alerta que o recuo não significa um piora no mercado de trabalho do município. “O dado é referente a proporção, só que existe um descompasso no crescimento de vagas no mercado informal, com carteira assinada e em outras modalidades de trabalho, como o microempreendedor individual e os trabalhadores de aplicativos de entrega e transporte. A expansão não é igual para todos”, explica.
Além disso, ele observa que, com o aquecimento da economia, quem tinha desistido de procurar emprego volta a buscar uma oportunidades, o que confirma que o mercado de trabalho está positivo.
Dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atestam o cenário positivo para o emprego em Minas Gerais.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, foram abertas 204,2 mil vagas de emprego com carteira assinada. Somente em setembro foram 15,8 mil vagas, sendo 4.712 na capital mineira, o segundo maior resultado no mês. Contagem foi a campeã com 5.108 postos de trabalho.
Saiba como os consumidores de Belo Horizonte pretendem gastar o 13º salário
O levantamento da Fundação Ipead também aborda a destinação/utilização do 13º salário. A primeira e segunda posições são ocupadas, respectivamente, pelo pagamento de contas atrasadas e quitação de dívidas” (41%) e pela poupança para outros fins (17%). Essas duas destinações do “abono natalino” também ocupavam estas posições nos anos anteriores.
O destaque é que neste ano houve uma alta considerável da parcela de consumidores que citou o primeiro item como destinação principal (41%) contra 21,15% em 2023. Em 2024, somadas as duas principais utilizações representam 58% das respostas.
“Cada consumidor deve analisar a melhor forma de utilizar o recurso do 13º salário. Agora, se ele estiver endividado, em especial, com cartão de crédito e cheque especial, que possuem taxa de juros altas, o recomendável, sempre que possível, é pagar tais dívidas”, recomenda Diogo Santos.
Levantamento mais recente da Fundação Ipead, referente ao mês de setembro, mostrou aumento de 5,34% na taxa média de juros cobrada do cartão de crédito parcelado frente ao mês anterior para pessoa física. Na ocasião, o incremento foi o mais alto do nono mês de 2024 em Belo Horizonte.
A menor taxa praticada foi de 2,72% e a mais alta 12,50%. A taxa média encontrada foi de 8,87%. No caso do cartão de crédito rotativo total, a maior taxa chegou a 16,86%. No mesmo mês, o cheque especial teve alta na taxa média 1,24% frente ao mês anterior.
O economista destaca o aumento da menção à utilização do 13º para pagamento de impostos do próximo ano (8%), que em 2022 e 2023 foi citada por menos de 2% dos entrevistados. “Já a opção viajar teve sua menção diminuída de 16,35% para 7%, entre os dois anos”, diz.