Pesquisa divulgada pela Fundação Ipead/UFMG sobre a pretensão de compra dos consumidores de Belo Horizonte para o Dia das Crianças – comemorado neste sábado – deixa consumidores e lojistas animados. Além dos compradores se mostrarem ligeiramente mais generosos para gastar, o preço médio dos brinquedos, principal categoria de presentes desta data, teve uma redução significativa neste ano.
Pesquisa divulgada pela Fundação Ipead/UFMG sobre a pretensão de compra dos consumidores de Belo Horizonte para o Dia das Crianças – comemorado neste sábado – deixa consumidores e lojistas animados. Além dos compradores se mostrarem ligeiramente mais generosos para gastar, o preço médio dos brinquedos, principal categoria de presentes desta data, teve uma redução significativa neste ano.
O estudo do Ipead revela que 41,74% dos entrevistados pretendem presentear nesse Dia das Crianças. Essa intenção ficou estável quando comparada a ao ano passado, quando 41,90% estavam dispostos a presentear na mesma data.
Já o valor médio desses presentes teve um aumento de 2,86%, saltando de R$ 83,52 no ano de 2023 para R$ 85,91 em 2024. Esse valor representa o ticket médio para cada criança. Nesse cenário, o Ipead espera um crescimento no comércio de Belo Horizonte nesse Dia das Crianças, superando o ano passado.
A faixa de preço que concentra a maior parte dos presentes, reunindo 43,18% dos entrevistados pelo Ipead, está entre R$ 51 e R$ 100. Em 2023 esse percentual era de 37,35%. Já a porcentagem de pessoas que pretendem dar presentes de até R$ 50 reduziu em relação ao ano anterior, de 26,14% para 36,14%.
A faixa entre R$ 101 e R$ 150 aumentou de 16,87% para 25%. Apenas 5,68% dos entrevistados planejam comprar presentes acima de R$ 150. Na análise do Ipead, esses movimentos apontam na direção de maiores gastos com presentes de Dia das Crianças em Belo Horizonte, o que reforça a expectativa de maiores vendas no comércio.
No recorte dos consumidores dispostos a gastar mais ou menos com o presente em relação ao último Dia das Crianças, existem um crescimento de pessoas que pretendem gastar o mesmo valor no ano passado, de 39,76% para 48,86%. No entanto, houve redução dos que pretendem gastar um valor superior, de 34,94% para 26,14%).
Já os que têm a intenção de gastar menos que em 2023 caiu de 14,46% para 12,50%. A pesquisa do Ipead analisa que existe uma tendência de estabilização do valor gasto, após a queda desses valores ocorrida no período da pandemia e da crise econômica que a acompanhou.
Valor
A boa notícia para o consumidor, de acordo com o estudo do Ipead, é que, no acumulado de 2024, o preço médio dos brinquedos caiu em 9,11%. “Dado que houve inflação em BH de 7,66% nos últimos 12 meses, esse movimento de queda no preço médio dos brinquedos se mostra relevante”, analisou o instituto. Já a variação do preço médio dos brinquedos teve queda de 5,59% no acumulado do ano.
O Ipead ainda perguntou a modalidade de compra do presente do Dia das Crianças. A compra exclusivamente presencial será a opção de 48,35% dos entrevistados.
“Este fator é importante, pois reforça o impacto positivo sobre o comércio da capital, uma vez que a compra via internet se dilui por outras cidades e mesmo por outros países”, analisou o estudo. A modalidade de compras exclusivamente pela Internet é de 26,37%, enquanto a mista (presencial e Internet) é de 13,19%.
Para Manuela Hostalício, proprietária da Loja dos Brinquedos, localizada na Região Central de Belo Horizonte, o Dia das Crianças representa uma grande diferença em relação aos meses anteriores. “Nosso faturamento dobra, perdendo apenas para o Natal, quando a receita é multiplicada por quatro”, quantifica a empresária.
Na contramão da pesquisa do Ipead, umas das suas estratégias para a data foi reduzir o ticket médio dos produtos. Manuela disse que a maioria das pessoas que entram na loja procura um presente na faixa dos R$ 50. “As pessoas alegam que tudo aumentou de preço, e brinquedo acaba sendo supérfluo perto de alimentação, por exemplo”, explicou.
A empresária já reforçou o time da sua loja com mais dois vendedores, que devem ficar, pelo menos, até janeiro, já que a loja ainda tem pela frente o Natal e o período de volta às aulas, quando passa a focar mais na venda de material escolar. Manuela disse que o estoque começou a ser reforçado em junho.
Roupas
Já para as lojas de roupas infantis, o Dia das Crianças não é tão representativo, apesar de ser um incremento importante na receita. De acordo com Elaine Assis de Oliveira Campos, gerente da Alphabeto, a data é importante, mas a Black Friday (no fim de novembro) e o Natal (em dezembro) são mais representativos.
Para Elaine, o Dia das Crianças é o começo da melhor época do ano, quando a equipe recebe o reforço de dois ou três vendedores. No último ano, o faturamento de outubro cresceu 10% em relação ao mês anterior. Para a loja de roupas infantis, o mês ainda recebe o incentivo do Halloween (31 de outubro), onde vários eventos demandam o uso de roupas temáticas.
A aposentada Sônia Santos definiu um teto de R$ 500 para comprar os presentes de Dia das Crianças dos nove netos. Com as sacolas cheias de carrinhos e bonecas, a avó disse que o preço das coisas só aumenta, enquanto o salário sempre cai.
“Mas, vale a pena”, avalia a aposentada, que costuma ser ainda mais generosa com os presentes de Natal. Já a dona de casa Mayane Moreira Cadete comprou dois presentes para a filha Maitê, de 3 anos, uma geladeirinha com sorvete e um kit de médico. “Ficou até em conta, R$ 200, em vista dos outros brinquedos que estavam lá, como a casinha da Barbie, que custa R$ 1.600”, relatou.
Nos supermercados
As vendas nas redes de supermercados mineiras tiveram crescimento de 2,94% em agosto na comparação com julho, segundo informou ontem a Associação Mineira dos Supermercados (Amis). Também houve crescimento em relação agosto do ano passado, com alta de 1,7%. Com o resultado do mês, as vendas de janeiro a agosto deste ano nos supermercados do estado apresentam crescimento de 2,68% sobre igual período de 2023.
“O crescimento da demanda em supermercados é muito sensível à renda do consumidor e à estabilidade financeira das famílias. Portanto, o maior número de pessoas no mercado formal de trabalho é um indicador importante de maior consumo num setor essencial no dia a dia dos lares”, afirmou o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala.