Confiança do consumidor de Belo Horizonte sobe em setembro; veja os números

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte, calculado pela Ipead, marcou 39,98 pontos, alta de 2,28% frente a agosto (39,09)

Puxada por uma melhor percepção da inflação, a confiança do consumidor belo-horizontino subiu em setembro. O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), marcou 39,98 pontos, alta de 2,28% frente a agosto (39,09).

O economista do Ipead, Diogo Santos, explica que a melhora na percepção da inflação em setembro carrega certa defasagem com a deflação registrada em agosto. (leia a análise completa ao final do texto).

A alta no desempenho do ICC-BH está ligada a melhora na percepção da população em quatro dos seis componentes do indicador. Apesar disso, é o segundo patamar mais baixo registrado no ano. Nos últimos 12 meses, o índice registra variação negativa de 4,46%. No ano, a redução é de 8,68%.

Destaques para o Índice de Confiança do Consumidor em setembro

O destaque foi sobre a inflação, que fechou o mês em alta de 12,45% e marcou 26,38 pontos na avaliação da população da capital mineira. As percepções sobre pretensão de compra (10,11%), emprego (1,87%) e situação financeira atual das famílias (1,55%) também registraram crescimento na avaliação dos consumidores.

As percepções sobre situação financeira atual das famílias e situação financeira da família em relação ao passado foram as únicas acima de 50 pontos, com 58,89 e 51,43 pontos, respectivamente. O marco dos 50 pontos simboliza a passagem entre pessimismo e otimismo da população sobre a conjuntura econômica geral e familiar.

A melhora na percepção em relação à inflação e ao emprego foram os principais fatores para o aumento de 2,33% no Índice de Expectativa Econômica do País (IEE) frente ao mês anterior. Apesar da alta, o IEE registra queda de 10,39% no ano.

O Índice de Expectativa Financeira da Família (IEF) subiu 2,26% na comparação com agosto, puxado, principalmente, pelos subgrupos de pretensão de compra e situação financeira atual das famílias. Ainda assim, o IEF tem variação negativa de 7,40% em 2024.

Pretensão de compra do consumidor de Belo Horizonte

A pesquisa do Ipead ainda revelou que os grupos de vestuário e calçados e veículos lideram a lista de bens e serviços que o consumidor de Belo Horizonte planeja adquirir nos próximos três meses, com taxas de 16,06% e 12,39%, respectivamente.

Abaixo vem eletrodomésticos, com 10,55% da intenção de compra da população consumidora.

Na mesma ordem, os produtos relacionados aos três grupos aparecem com maior interesse na intenção de compra tanto entre homens e mulheres. O levantamento mostra que a proporção de mulheres com intenção de compras – 72,4% – é menor quando comparada a dos homens (80,38%).

Indicadores econômicos expressam realidades distintas na percepção

Além da melhora na percepção da inflação ser motivada por certa defasagem com a deflação registrada em agosto, mais a queda no preço da gasolina ao longo do mês, Diogo Santos lembra que a percepção sobre a pretensão de compra melhorou sensivelmente no mês, o contrário de agosto, quando impactou o ICC-BH negativamente.

Ele explica que o fato decorre por agosto ser o primeiro mês após férias escolares, o que gera contenção de despesas depois do período de gastos com lazer no meio do ano. Já setembro começa a incluir uma pretensão de compra de outubro. “Setembro é mês que já passou esse efeito negativo das férias sobre a pretensão de compra e, ao mesmo tempo, vai se aproximando do dia das crianças, que é uma das datas importantes no comércio”, ressalta.

O levantamento do Ipead mostra que a percepção dos consumidores belo-horizontinos sobre a situação financeira do País piorou na variação mensal, ao longo do ano e nos últimos 12 meses, ainda que o Brasil apresente indicadores econômicos positivos.

Santos pontua que os índices nacionais vão expressar realidades distintas em cada local. “Nós estamos falando do ICC de Belo Horizonte, que tem as suas particularidades”, disse. Ele aponta exemplos como a inflação da capital, persistentemente acima da média nacional, e o preço da gasolina ao longo dos últimos meses, o mais alto das capitais do Sudeste.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Reportagem Marco Aurélio Neves – Publicado em 30/09/2024.

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