Com recuo de 7,77%, produtos in natura como hortifruti, verduras e hortaliças impulsionaram resultado
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte apresentou alta de 0,55% no mês de julho. O resultado mostra desaceleração de 0,68 ponto percentual em relação à inflação do mês anterior após um recuo considerável no setor de alimentação.
Os dados são referentes à pesquisa mais recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). O estudo mostra que a queda de itens do consumo de alimentos foi puxada pelo subgrupo ‘alimentação na residência’ (-0,94%) e especificamente do setor in natura, como hortifruti, verduras e hortaliças que recuou 7,77% no mês.
Esta já é a segunda quadrissemana de queda consecutiva nos produtos de alimentação. Na última análise, houve redução de 8,62%, além da queda de 0,91% no mês de junho.
No decorrer de 2024 o IPCA na capital mineira registrou um aumento acumulado de 5,64%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 7,80%.
Segundo o economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, a inflação no mês de junho avançou em Belo Horizonte principalmente por fatores como preço da gasolina, de planos de saúde e impactos na tarifa de energia elétrica. No entanto, Santos pondera que, apesar da alta, a inflação em julho desacelerou consideravelmente em relação a junho.
Em relação aos resultados no segmento de alimentação, o economista cita a queda no preço da cesta básica como um fator de considerável impacto no resultado final. Itens in natura como o tomate e a batata inglesa foram os que apresentaram as maiores reduções no preço, com recuos de 43,3% e 8,4% respectivamente.
No segmento de produtos/serviços específicos, as maiores variações positivas de preços médios se concentraram nas Passagens aéreas e Excursões. Os segmentos, que apresentaram crescimento do preço médio de 29,29% e 6%, respectivamente, foram impulsionados por fatores sazonais, já que o mês de julho abrange o período de férias escolares.
Inovações na agricultura podem estimular controle de preços
Para os próximos meses, Diogo Santos avalia que a perspectiva é de estabilidade, com algumas ressalvas. “Na inflação, muitos itens são considerados e cada um tem um comportamento distinto no ano. Se não houver novidades, vamos viver uma fase de maior estabilidade”, analisa.
Ele acrescenta que, se não houver mudanças imprevisíveis, o preço da gasolina deve deixar de pressionar a inflação em Belo Horizonte após os recentes reajustes de preço. Por outro lado, Santos acredita que os alimentos, que se encontram em períodos de menor preço, devem estabilizar ou voltar a crescer novamente.
Para contornar esse cenário de flutuações, o especialista destaca a importância de um estímulo à produção de cesta básica no Brasil. “Se o governo promover políticas que estimulem a produção desses itens, podemos reduzir essa flutuação intensa, embora não seja possível mitigar”, acrescenta.
A redução da instabilidade dos preços, segundo ele, também passa pela promoção de pesquisas científicas e inovações tecnologias na agricultura. “Dessa forma, conseguiremos garantir maior oferta desses produtos mesmo em contextos de mudanças climáticas”, finaliza.
IPCR também avança em julho
Além do IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos, também avançou em julho, com alta de 0,27%. O resultado da pesquisa indica que houve aceleração em relação à quadrissemana anterior (0,17%) e desaceleração em relação ao mês anterior (1,14%).
Em 2024 o IPCR segue em crescimento, com alta de 5,29% e avanços de 7,31% no acumulado dos últimos doze meses. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, também houve alta no IPCR- em julho do ano passado, o índice recuou 1,48%.
