‘Sacolão em conta’: saiba por que o preço do tomate e de outros hortifrúti caíram em BH; veja lista

Ranking com 20 itens analisados mostra que somente cinco registraram alta de preço na segunda semana de julho
Consumidores têm sentido alívio no bolso ao fazer compras no sacolão
Consumidores têm sentido alívio no bolso ao fazer compras no sacolão | Foto: Flavio Tavares / O Tempo

Após semanas passando por alta nos preços, o tomate deixou de ser o “vilão do hortifrúti” e voltou a ser o “melhor amigo” de quem frequenta os sacolões de Belo Horizonte. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD/UFMG), o fruto caiu 36% em sete dias – a maior queda entre os produtos in natura na segunda semana de julho, em comparação à primeira semana do mês. Nesta lista, a cenoura vermelha (-34%) e a abóbora (-22%) vêm logo após o tomate.

Dos 20 itens analisados, somente cinco registraram alta no mesmo período. A banana-caturra (+14%) foi o item que mais encareceu, seguido do alho (+6%) e laranja-pêra (+6%). Ou seja, para o consumidor belo-horizontino, é uma boa época para fazer suas compras de hortifrúti. 

Para Diogo Santos, economista do Ipead, o clima é um dos fatores que explica a baixa nos preços. “Tivemos períodos de muitas altas, principalmente no verão, quando a oferta de alguns produtos foi dificultada. Agora, a sazonalidade e o inverno menos rigoroso têm aumentado a oferta de alguns itens e beneficiado o bolso dos consumidores”, aponta. 

Um bom exemplo é o mamão, que teve queda de 21% na segunda semana de julho em comparação à semana anterior. “A oferta aumentou e as pessoas consomem menos no frio. Assim, a pouca demanda faz o preço cair.”

Com a queda no preço da maioria dos itens, os produtos in natura também têm desempenhado um papel importante para evitar um aumento ainda maior na inflação em Belo Horizonte nos últimos dois meses. 

“Tivemos aumento das tarifas de ônibus, da energia elétrica e reajuste nacional dos planos de saúde. Todos esses itens ajudam a pressionar a inflação. Assim, a queda nos produtos fazem com que o custo de vida não fique ainda mais caro”, analisa. 

Mariana Marotta, analista do Sistema Faemg Senar, aponta que, se a oferta de produtos continuar elevada e a demanda permanecer estável ou moderada, é possível que os preços permaneçam baixos ou continuem a cair.

“No entanto, a recuperação dos preços pode ocorrer se houver uma mudança no clima que afete negativamente a produção, como excesso de chuvas e geadas, ou se a demanda por hortifrútis aumentar significativamente. Portanto, a situação dos preços nos próximos dias dependerá da interação desses fatores”, indica.

Alívio no bolso 

A chef de cozinha Cidinha Lamounier tem comemorado a baixa no preço do tomate, um dos itens mais utilizados por ela em sua cozinha. Ela usa o fruto principalmente para produzir molhos que serão utilizados na preparação de outros pratos de seu cardápio.

“Eu senti a diferença no bolso. Já cheguei a pagar R$ 17 no kg do tomate italiano e, nessa semana, comprei por R$ 2,90. É uma diferença enorme. A baixa nos preços fez com que eu voltasse a comprar o produto no sacolão. Tempos atrás, quando o preço estava muito absurdo, eu preferia comprar o tomate pelati em lata. O custo benefício era melhor”, revela.

Ranking do preço dos alimentos em BH na segunda semana de julho*

Tiveram alta:

  • Banana caturra (+ 14%)
  • Alho com casca (+ 6%)
  • Laranja pêra (+ 6%)
  • Banana prata ( + 4%)
  • Couve (+ 2%)

Tiveram queda:

  • Tomate (- 36%)
  • Cenoura vermelha (- 34%)
  • Abóbora (- 22%)
  • Mamão (- 21%)
  • Melancia (- 18%)

Fonte: Jornal O Tempo – caderno de Economia – Publicado em 24/07/2024 – Reportagem Rodrigo Oliveira.

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