Inflação cresce 0,62% em Belo Horizonte, segundo Ipead

Em termos dos produtos/serviços que se destacaram neste período, as maiores altas de preços médios vieram do seguro voluntário de veículos e da gasolina comum

Crédito: Rafa Neddermeyer

A inflação em Belo Horizonte acelerou no quinto mês de 2024 na comparação com abril. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,62% em maio, variação maior que a verificada no mês anterior, cuja elevação foi de 0,24%, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), divulgada nesta quinta-feira (6).

Esta foi a segunda alta mais expressiva do ano até o momento, só perdendo para janeiro, segundo o consultor da Fundação Ipead, o economista Diogo Santos. No primeiro mês de 2024, a elevação do índice na Capital foi de 2,12%. Na ocasião, a pressão na inflação veio do reajuste da passagem de ônibus e das contínuas pressões dos alimentos in natura.

Em maio deste ano, em termos dos produtos/serviços que se destacaram neste período, as maiores altas de preços médios vieram do seguro voluntário de veículos e da gasolina comum, que apresentaram crescimento do preço médio, respectivamente de 7,87% e 5,12%. Já as maiores quedas foram da banana prata (-24,88%) e cortina (-22,63%).

Além disso, a Fundação Ipead destaca a pressão vinda do grupo de alimentação, que apresentou alta de 1,11% no custo médio em maio. A elevação é maior que a observada na quadrissemana anterior (1,02%). Em relação a abril (1,01%), também foi verificada aceleração do custo da alimentação em Belo Horizonte.

Inflação em Belo Horizonte por grupos e subgrupos

O subgrupo alimentação na residência apresentou incremento de 0,22%, desacelerando na comparação com a quadrissemana anterior (0,92%). O preço médio dos alimentos industrializados teve elevação de 1,64%, desacelerando em relação a quadrissemana anterior (2,53%), mas acelerando em relação ao mês de abril (1,51%).

Já os alimentos in natura apresentaram a terceira queda semanal consecutiva (-3,58%) e os alimentos em elaboração primária apresentaram a primeira queda (-0,15%), após duas altas consecutivas nas quadrissemanas anteriores.

O grupo produtos não alimentares, por sua vez, apresentou incremento de 0,52%, acelerando tanto em comparação com a prévia semanal anterior (0,32%) quanto em relação ao fechamento de abril (0,08%). O resultado, conforme dados do levantamento, ocorreu devido à alta consecutiva de preços dos subgrupos produtos administrados (1%), pessoais (0,38%) e habitação (0,27%). Entre os itens desse subgrupo foi verificada queda em artigos de residência (-1,27%) e vestuário e complementos (-0,20%).

No decorrer de 2024, a inflação de Belo Horizonte registrou aumento acumulado de 3,78%, enquanto nos últimos doze meses a alta é de 6,04%. Na comparação ao mesmo período do ano anterior também houve elevação da inflação em Belo Horizonte, pois o IPCA havia registrado 0,44% em maio de 2023. O IPCA abrange famílias com renda de um a 40 salários mínimos.

Índice de Preços ao Consumidor Restrito

A Fundação Ipead também divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera os gastos das famílias com renda de até 5 salários mínimos. Em maio, a alta foi de 0,67% em maio, maior que a verificada no mês anterior (0,28%). No acumulado do ano, o IPCR acumula crescimento de 3,82% e aumento nos últimos doze meses de 5,02%.

Para Santos, a inflação ainda continua razoavelmente sob controle e para junho há pressões na taxa básica de juros com relação ao reajuste dos planos de saúde, já que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou na terça-feira (4) o índice máximo de 6,91% para o reajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares no País. “Há também o impacto já esperado de alguns alimentos em razão da estiagem”, observa.

Cesta básica mais barata em Belo Horizonte em maio

A Fundação Ipead também divulgou o custo da cesta básica da Capital, que apresentou recuo de 0,17% em maio sobre abril. “São quatro meses consecutivos de queda no preço”, destaca o economista. A cesta, que representa o gasto médio de um trabalhador adulto com alimentação, custou R$ 718,34, o equivalente a 50,87% do valor de um salário mínimo.

De acordo com o levantamento, na comparação com maio de 2023, a cesta custou R$ 17,07 a mais, porém em relação à proporção do salário mínimo, o custo é menor neste ano, já que cesta custava o equivalente a 53,13% do salário mínimo em igual mês do ano passado.

Apesar das quatro quedas recentes, o custo da cesta básica em Belo Horizonte registrou aumento acumulado de 3,59% em 2024 e de 2,43% em 12 meses. “A intensidade da queda em maio foi a menor entre os quatro últimos meses”, observa Santos.

Dos 13 itens que fazem parte da cesta básica, quatro apresentaram queda do preço médio e os outros nove apresentaram elevação em maio. Os itens que apresentaram recuo foram:

  • tomate (-8,60%)
  • açúcar cristal (-2,64%)
  • chã de dentro (-2,25%)

Já as altas mais expressivas nos preços foram verificadas para batata inglesa (11,83%), farinha de trigo (5,03%) e arroz (4,54%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Reportagem Juliana Gontijo – Publicado em 06/06/2024.

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