BH e região têm a maior inflação das capitais em um ano; entenda por quê

IBGE considera preços praticados entre março de 2023 e março de 2024
Inflação interfere no poder de compra dos consumidores - Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Inflação interfere no poder de compra dos consumidores — Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Belo Horizonte está próxima do topo de um ranking sem motivos de comemoração para os belo-horizontinos. A capital mineira e região tiveram, nos últimos 12 meses, a maior inflação das capitais do Brasil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Grande BH foi de 5,07%, considerando o período de março de 2023 a março de 2024, porcentagem acima da nacional, de 3,93%. 

Isso coloca a inflação de BH acima das demais capitais do Sudeste, todas elas com um Produto Interno Bruto (PIB) per capita maior que o da cidade mineira. A inflação de São Paulo e região no mesmo período, por exemplo, foi de 4,07%. Com uma inflação mais elevada que as demais, BH impulsionou o IPCA do Brasil para o alto, pois é a segunda cidade com maior peso no cálculo, atrás somente da paulista.

O economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) Diogo Santos explica o que impulsionou a inflação em BH. Mas, antes disso, faz uma ponderação: “é importante registrar que, mesmo o IPCA sendo nacional, há itens importantes para nós que não são para outras regiões. O pão de queijo, por exemplo, entra no IPCA de BH. É normal que haja diferenças entre as regiões”.

Consideradas as diferenças regionais, ele pontua que o transporte público é um dos fatores mais significativos para a inflação em BH. A tarifa da maioria das linhas de ônibus de BH passou a custar R$ 5,25, alta de 7,15% em comparação aos R$ 4,50 anteriores. “Um item que se destaca e talvez seja o principal a gerar esse efeito é o aumento bastante expressivo do Ônibus urbano. Foi o maior de todas as regiões”, diz.

Ele também enfatiza o aumento do preço dos combustíveis, mais um fator com peso significativo na inflação. E, ainda, o encarecimento de alimentos: “vários itens tiveram um crescimento consideravelmente maior em BH do que em outras capitais, como a banana prata, a batata inglesa, outros legumes e frutas. Minas é o maior produtor de batatas do país, e tivemos questões relacionadas às chuvas nos últimos meses que impactaram a produção, a colheira e a oferta. O Estado é o terceiro maior produtor de banana, e eventos climáticos também levaram a um movimento de subida de preço”, detalha Santos.

No acumulado de 2024, a inflação da Grande BH também ficou acima da nacional: 2,06%, maior que o 1,42% do Brasil. A alta registrada no acumulado dos últimos 12 meses, contudo, pode ter um freio, dado que não há aumento de passagem de ônibus à vista nos próximos meses, por exemplo. Em março, a inflação mensal de BH ficou abaixo da nacional e foi de 0,12% — a brasileira, de 0,16%. “Neste mês, o preço dos alimentos teve um comportamento mais estável”, conclui Santos.

Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 11/04/2024 – Reportagem Gabriel Rodrigues – caderno de Economia.

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