Confiança do Consumidor de Belo Horizonte cai pela segunda vez em 2024

O ICC-BH acumula duas reduções consecutivas em janeiro e fevereiro deste ano,

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Crédito: Alessandro Carvalho

O Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) registrou queda de 1,92% em fevereiro de 2024 em relação ao mês anterior e agora marca 41,84 pontos. Nos dois primeiros meses de 2024, o ICC-BH também apresentou redução. O índice é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).

A variação negativa do ICC-BH neste mês é explicada pela piora na percepção da população em quatro dos seis componentes do índice. As quedas foram registradas nos itens: Inflação (-9,25%); Emprego (-2,68%); Situação Econômica do País (-2,53%) e Situação Financeira da Família em Relação ao Passado (-2,33%). Mas ocorreu melhora na percepção da população nos seguintes itens: Pretensão de compra (1,19%) e Situação Financeira da Família Atual (0,33%). “O ICC está captando a preocupação da população em relação às pioras do início do ano, como, por exemplo, a inflação, que foi mais elevada”, avaliou o economista do Ipead, Diogo Santos.

A percepção da população em relação aos componentes inflação, emprego e situação econômica do País permanece abaixo de 50 pontos, marco que simboliza a passagem entre pessimismo e otimismo a respeito da conjuntura econômica geral e familiar. A avaliação da população em relação à inflação se encontra em 27,71 pontos, ao emprego em 36,03 pontos e à situação econômica do País, em 31,33 pontos. Em contrapartida, tanto a percepção sobre a situação financeira atual das famílias quanto a situação financeira em relação ao passado mantêm-se acima de 50 pontos.

O ICC-BH acumula duas reduções consecutivas em janeiro e fevereiro deste ano, resultando, assim, em um retorno aproximado aos patamares observados entre setembro e outubro de 2023. Portanto, as duas quedas recentes reverteram os ganhos observados em novembro e dezembro do ano passado no índice. Segundo o economista, foi perceptível que, em fevereiro, com a manutenção dos preços dos alimentos em alta, os consumidores elevaram o descontentamento com a inflação, o que refletiu com mais força na queda de confiança. “O reflexo se dá pela percepção da população no momento que está vivendo”, explica.

Piora na confiança em Belo Horizonte

Em 2024 e nos últimos 12 meses, o ICC-BH registra diminuição de, respectivamente, 1,92% e 0,02%. O Índice de Expectativa Econômica do País (IEE) caiu 4,35% em fevereiro. A piora na percepção da população em relação à Inflação foi o fator principal a gerar esta queda, uma vez que os outros dois componentes deste grupo também apresentaram queda, mas menos expressivas.

O Índice de Expectativa Financeira da Família (IEF) registrou queda de -0,07% em relação a janeiro de 2024. Essa diminuição foi impulsionada, principalmente, pela queda na situação financeira da família em relação ao passado que apresentou variação negativa de 2,33% em fevereiro. Apesar da alta registrada para pretensão de compras neste mês, nos últimos 12 meses, ela apresenta uma queda acumulada de 13,32%.

A pesquisa conduzida pela Fundação Ipead também apresenta os grupos de bens e serviços que os consumidores planejam adquirir nos próximos três meses.  É possível observar que o grupo de Vestuário e calçados (13,12%), Eletrodomésticos (11,76%), Móveis (9,95%) e Veículos (9,50%) lideram em termos de intenção de compra.

A pesquisa adicionalmente revela que a proporção de mulheres com intenção de compra nos meses seguintes é maior em comparação à dos homens, com percentuais de 76,09% e 72,23%, respectivamente. As mulheres entrevistadas frequentemente mencionaram os segmentos de Vestuário e Calçados, Eletrodomésticos e Móveis como principais escolhas para compras no futuro próximo. Já os homens, mostram maior inclinação para adquirir produtos do grupo Veículos, Eletrodomésticos e Móveis.

“Mês passado tivemos uma forte queda na intenção de compra. Nesse último levantamento os dados já indicaram uma certa estabilidade, o que reflete nos comerciantes como uma forma de alívio, mantendo-os com a expectativa de melhoria nos negócios”, apontou Diogo Santos.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – caderno de Economia – Publicado em 05/03/2024 – reportagem Rodrigo Moinhos.

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